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Assembleia Legislativa do Rio revoga prisão e devolve mandato a deputados

ITALO NOGUEIRA RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Assembleia Legislativa do Rio decidiu nesta sexta (17) revogar a prisão do presidente da Casa, Jorge Picciani, e dos deputados Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB. Os deputados estaduais também r

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 17.11.2017, 21:15:00 Editado em 17.11.2017, 21:15:14
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ITALO NOGUEIRA

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Assembleia Legislativa do Rio decidiu nesta sexta (17) revogar a prisão do presidente da Casa, Jorge Picciani, e dos deputados Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB. Os deputados estaduais também restabeleceram os mandatos dos colegas.

O retorno dos deputados foi decidido por 39 votos a 19 e uma abstenção -outros 11 deputados não registraram presença, entre eles Rafael Picciani (PMDB), filho do presidente da Alerj.

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A decisão de devolver o mandato aos deputados vai ser questionada pelo Ministério Público Federal, que pedirá o afastamento dos três do Legislativo. Ao decidir pela prisão, o Tribunal Regional Federal do Rio considerou "automática" a retirada temporária do mandato.

Os três deputados da cúpula do PMDB-RJ se entregaram à Polícia Federal na quinta (16) logo após a decisão do TRF de prendê-los em flagrante. Eles foram soltos nesta sexta, cerca de duas horas depois da votação na Assembleia.

Os peemedebistas foram alvos da Operação Cadeia Velha, que investiga o pagamento de cerca de R$ 500 milhões a políticos feitos por donos de empresas de ônibus.

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Pesou na decisão dos cinco juízes, que decidiram pela prisão por unanimidade, a articulação dos deputados para nomear Albertassi conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado). Caso ele tomasse posse do cargo, o inquérito seria transferido para o STJ (Superior Tribunal de Justiça), o que foi entendido como uma forma de atrapalhar a investigação.

Os deputados André Corrêa (DEM) e André Lazaroni (PMDB), que defenderam os deputados presos em plenário, não discutiram o mérito das suspeitas. Afirmaram apenas que seus votos "não eram para absolver ou condenar ninguém".

A votação ocorreu ao som de bombas lançadas por policiais na manifestação em frente à Alerj. Houve confusão no plenário quando uma oficial de Justiça tentou intimar a Casa da decisão de liberar as galerias ao público, inicialmente fechada. Poucos que estavam nas ruas conseguiram entrar nas arquibancadas, ocupada em sua maioria por funcionários da Casa.

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"Não seremos compreendidos porque há uma sede de revolta contra a classe política. E ela tem razão. Mas não podemos nos acovardar e não colocar com clareza aquilo que devemos obedecer: a Constituição", disse Corrêa.

O artigo 53 da Constituição federal, reproduzido na estadual, estabelece que o congressista só pode ser preso em flagrante por crime inafiançável. A Procuradoria, contudo, argumentou que o fato de haver provas suficientes para a decretação de uma prisão preventiva torna os crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro inafiançáveis.

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"A base da denúncia é de organização criminosa do ex-governador Sérgio Cabral, que poucos aqui ousam defender. É uma denúncia muito grave", disse o deputado Marcelo Freixo (PSOL).

Um dos votos favoráveis à soltura foi do deputado Paulo Ramos, que foi afastado do PSOL em razão da escolha.

"Não estamos diante de um flagrante delito de crime inafiançável. Discutir o mérito, se houve corrupção ou não, é outra coisa. A prisão é ilegal, mesmo que as práticas atribuídas aos presos sejam as mais desabonadoras", disse Ramos.

O PR também expulsou dois deputados que votaram pela soltura dos deputados, e encaminhou um para o Comitê de Ética por se abster.

Apesar de ter conseguido votos da oposição, Picciani, há mais 20 anos no comando da Alerj, foi solto com uma margem pequena de votos -eram necessários 36.

O parecer para a soltura dos três deputados foi de autoria do deputado Milton Rangel (DEM), aprovado por quatro votos a dois na Comissão de Constituição e Justiça.

O juiz Abel Gomes, relator da Lava Jato no TRF do Rio, decidiu prorrogar as quatro prisões temporárias determinadas na Operação Cadeia Velha. Entre elas está a de Felipe Picciani, filho do presidente da Alerj. O MPF fez o pedido para que pudesse aprofundar as investigações.

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