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Instalações nucleares no interior de SP viram canteiro de obras

RICARDO BONALUME NETO, ENVIADO ESPECIAL IPERÓ, SP (FOLHAPRESS) - Em 1985 as instalações da Marinha em Iperó, a noroeste de Sorocaba (SP), não eram nada impressionantes. Pouco havia ali, embora já se estivesse começando a enriquecer urânio através de ultr

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 07.11.2017, 15:20:00 Editado em 07.11.2017, 15:20:10
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RICARDO BONALUME NETO, ENVIADO ESPECIAL

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IPERÓ, SP (FOLHAPRESS) - Em 1985 as instalações da Marinha em Iperó, a noroeste de Sorocaba (SP), não eram nada impressionantes. Pouco havia ali, embora já se estivesse começando a enriquecer urânio através de ultracentrífugas.

Elas parecem com botijões de gás grandes. Este jovem repórter, na época na Folha de S.Paulo, encostou em uma delas enquanto entrevistava um oficial da Marinha. "Quando vão começar a funcionar?"

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"Essa em que você está se apoiando está funcionando agora", foi a resposta.

O jovem jornalista teve o bom senso de não pular assustado, mas se afastou cuidadosamente da centrífuga. Elas funcionam muito silenciosamente.

O urânio natural tem proporções pequenas, apenas 0,7%, do isótopo U-235 (variante com massa diferente) usado como matéria-prima seja para uma bomba atômica ou para um reator nuclear.

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Enriquecer urânio significa aumentar a proporção de U-235 em contraposição ao mais comum U-238 em uma amostra para se poder criar uma reação nuclear em cadeia e produzir energia. Uma explosão atômica é uma reação em cadeia não controlada.

Já não tão jovem, o repórter voltou a Iperó agora. As centrífugas continuam operando. Mas todo o complexo é um grande canteiro de obras.

O submarino nuclear brasileiro -SN-BR- está tomando forma no interior de São Paulo.

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"Estamos dentro do cronograma", diz o capitão-de-mar-e-guerra engenheiro naval Sérgio Luis de Carvalho Miranda, diretor do Centro Industrial Nuclear de Aramar.

Isso inclui o Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (LabGene), que, segundo a Marinha, "será utilizado para validar as condições de projeto e ensaiar todas as condições de operação possíveis para uma planta de propulsão nuclear".

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O urânio é apenas o "combustível" do reator do submarino. Mas todo o resto é algo extremamente complexo em termos de engenharia.

Um submarino nuclear é no fundo um navio a vapor. O calor gerado pela reação nuclear esquenta água e gera vapor para mover turbinas.

A Marinha está produzindo um protótipo do reator e o resto do sistema de propulsão. Em Iperó as turbinas também são testadas.

O engenheiro Reinaldo Panaro chefia um departamento fundamental, o Laboratório de Testes de Equipamentos de Propulsão (Latep). Sua tarefa é complexa. "A gente checa, relata, conserta e adapta", resume Panaro.

Como diz o comandante Miranda, "o pulo do gato" é reduzir a incerteza em um projeto muito complexo. Por exemplo, o reator desenvolvido em terra caberia no casco do submarino nuclear? "Cabe. Fazemos o dever de casa antes", diz o militar e engenheiro naval.

Por ser uma instalação experimental em terra, o projeto segue as convenções e regras típicas de usinas nucleares, de forma a garantir a segurança dos operadores e população local e evitar danos ao meio ambiente.

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