MAIS LIDAS
VER TODOS

Política

Quando falei a verdade, fui preso, diz lobista da JBS em CPMI

CAMILA MATTOSO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O lobista e delator Ricardo Saud, da JBS, disse em sessão da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da JBS que a primeira vez que "sentou para falar a verdade" foi preso. Convocado pela comissão, ele diss

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 31.10.2017, 13:05:00 Editado em 31.10.2017, 13:05:11
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

CAMILA MATTOSO

continua após publicidade

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O lobista e delator Ricardo Saud, da JBS, disse em sessão da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da JBS que a primeira vez que "sentou para falar a verdade" foi preso.

Convocado pela comissão, ele disse logo no início do seu depoimento que se manteria em silêncio, alegando que seu acordo de delação está suspenso. Ele afirmou ainda que terá muito a dizer se seu acordo for revalidado.

continua após publicidade

Mesmo avisando que ficaria calado, Saud teve de ficar acompanhando o restante da sessão e ouvindo perguntas. Depois de duas horas, ligou seu microfone para responder a integrantes da CPMI que argumentavam ser importante seu depoimento para ajudar o Brasil.

"As palavras do senhor, que eu quero ajudar o país, eu quero, mas a primeira vez que eu sentei para falar a verdade eu fui preso. Já pensou se eu continuar falando? Então eu vou ficar calado", disse o lobista da JBS.

Saud está no presídio da Papuda (DF) desde o início de setembro, suspeito de ter mentido e omitido informações na colaboração premida. À época, Rodrigo Janot levantou a desconfiança de que o ex-procurador Marcello Miller havia atuado na defesa da JBS quando ainda ocupava cargo público no Ministério Público Federal.

continua após publicidade

Ele foi preso após prestar um depoimento na PGR (Procuradoria-Geral da República) dando esclarecimentos sobre o processo de colaboração e admitindo a participação de Miller.

"Eu queria, não frustrando vossas excelências, lembrar que meu acordo está acautelado [na Justiça], e vou permanecer calado segundo meu direito constitucional", afirmou Saud.

Os acordos de delação do executivo e de Joesley Batista, dono da JBS, foram suspensos após vir à tona uma gravação que levantou a suspeita de atuação do ex-procurador Marcello Miller no processo de colaboração.

continua após publicidade

Os parlamentares chegaram a sugerir que ele falasse reservadamente, com sessão fechada aos jornalistas. O executivo recusou da mesma forma, mas disse querer "falar e muito" caso seu acordo seja reestabelecido.

"Eu não me escondo atrás de nada. Quando for falar, quero a imprensa esteja também. Quando minhas premissas forem restabelecidas [do acordo de delação premiada], eu quero falar e muito".

Mesmo após Saud afirmar que não falaria, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), relator da CPI, um dos mais próximos do presidente Michel Temer, quis fazer as perguntas que havia programado.

O alvo principal dos questionamentos foi o ministro Edson Fachin, relator da delação da JBS no STF (Supremo Tribunal Federal).

As perguntas foram sobre o relacionamento de Saud com o ministro, como por exemplo se houve ajuda do executivo na campanha para Fachin ser nomeado para o Supremo.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Política

    Deixe seu comentário sobre: "Quando falei a verdade, fui preso, diz lobista da JBS em CPMI"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!