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ATUALIZADA - Lava Jato em Curitiba está no fim, diz Moro

FELIPE GUTIERREZ SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O juiz Sergio Moro afirmou nesta segunda-feira (2) que o trabalho da Operação Lava Jato em Curitiba se aproxima do fim, mas que "o movimento anticorrupção" no Brasil tomou outras formas e seguirá por outros ca

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 02.10.2017, 21:20:03 Editado em 02.10.2017, 21:20:04
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FELIPE GUTIERREZ

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O juiz Sergio Moro afirmou nesta segunda-feira (2) que o trabalho da Operação Lava Jato em Curitiba se aproxima do fim, mas que "o movimento anticorrupção" no Brasil tomou outras formas e seguirá por outros caminhos.

"Em Curitiba há os contratos da Petrobras e das pessoas que se beneficiaram deles. Elas já foram processadas, e acredito que está indo para a fase final. Mas o rótulo de Lava Jato existe, faz parte do movimento anticorrupção", afirmou o magistrado, que conduz os processos da operação na capital paranaense.

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Moro esteve em São Paulo para receber uma homenagem da Universidade Notre Dame, dos EUA, com um título da instituição que já foi dado a personalidades como Madre Teresa de Calcutá.

O prêmio foi entregue em um almoço no hotel Fasano. O juiz fez o mesmo discurso duas vezes --em inglês e depois em português.

Ele não especificou a data em que a força-tarefa será completada no Paraná. "Boa parte do trabalho foi feita, mas isso não significa que não tem trabalho."

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Ele negou a possibilidade de que os processos sejam enviados a um outro juiz: "Estou cansado, foi um trabalho duro, mas não há previsão concreta de tirar [o processo da] vara".

DITADURA

A ditadura militar foi "um grande erro", disse Moro na solenidade.

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A democratização, de acordo com o magistrado, trouxe novos problemas. "Houve abuso do poder público para benefício privado, e a democracia exige a regra da imposição da lei."

Os brasileiros, segundo o juiz, perceberam os efeitos perniciosos da corrupção durante o escândalo do mensalão, mas o movimento para combatê-la se fortaleceu. Para ele, acabou no país a era dos "barões ladrões" (referência ao fim do século 19, nos Estados Unidos, quando empresários se aproveitaram do Estado para enriquecer).

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Moro não respondeu se a aceitação ou não da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados poderia pôr essa tese em risco. "Não dei declarações durante o impeachment da presidente Dilma, não vou me colocar desta vez", justificou.

Denunciado sob acusação de obstrução da Justiça e participação em organização criminosa, Temer faz articulações com deputados para tentar barrar o seguimento da investigação.

ELEIÇÕES

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"Quem fizer pesquisa eleitoral que inclua meu nome perderá seu tempo. Já fiz essa afirmação categoricamente", disse o juiz. Seu futuro, disse, é como magistrado.

Moro, que tem descartado concorrer a presidente, alcançou empate técnico com o ex-presidente Lula em simulação de segundo turno na última pesquisa Datafolha, divulgada neste domingo (1º). Esse hipotético confronto, de acordo com o levantamento, seria o único em que o petista não venceria o adversário.

Quando um repórter estrangeiro lhe perguntou se a possibilidade de uma eleição de Lula, condenado por ele na Lava Jato, representaria o fracasso do trabalho anticorrupção, Moro não respondeu, afirmando que há outros processos em curso.

Por fim, o magistrado defendeu as prisões preventivas, argumentando que "nunca foram usadas para forçar colaborações". Afirmou que elas são um mecanismo que existe para proteger as pessoas e que a maioria das prisões determinadas por ele não foi revertida por instâncias superiores.

Moro também fixou um tempo máximo de prisão a réus que negociavam delações, caso o acordo deles vingasse. A medida foi criticada por advogados.

Em entrevista à Folha, em julho, o juiz disse que naquele caso houve colaboração, mas não havia um acordo final. E que o próprio Ministério Público pediu que fosse reconhecida a colaboração e dado o benefício.

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