DANIEL CARVALHO E GUSTAVO URIBE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - No mesmo dia em que a Câmara deu início à tramitação da segunda denúncia contra Michel Temer, o governo começou a mexer na composição da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) para aumentar o número de votos favoráveis ao presidente.
Desta vez, Temer não é o único alvo da PGR (Procuradoria-Geral da República). A denúncia por organização criminosa e obstrução de Justiça atinge também os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria de Governo).
A leitura das 245 páginas da denúncia no plenário da Câmara nesta terça (26) durou 5 horas e 27 minutos.
Enquanto isso, o governo operava a primeira manobra para engordar o time na CCJ.
O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), que em plenário votou a favor de Temer na primeira denúncia, voltou a ser titular da comissão -estava como suplente.
Além disso, governistas já identificaram dois deputados de partidos aliados que, em plenário, votaram a favor da primeira denúncia contra Temer, por corrupção passiva. São eles Expedito Netto (PSD-RO) e Jorginho Mello (PR-SC), que devem ser trocados.
Por outro lado, a cúpula do PSB resolveu substituir os deputados Danilo Forte (CE) e Fábio Garcia (MT), que votaram a favor de Temer na primeira denúncia.
Nesta quarta (27), o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), deve decidir se vai desmembrar a denúncia, separando o processo de Temer do de seus ministros.
Apenas depois de superada esta questão é que Pacheco anunciará quem será o relator do caso.
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