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ATUALIZADA - Procurador deixa equipe de Dodge após encontro com advogada da JBS

BELA MEGALE E LETÍCIA CASADO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O procurador da República Sidney Pessoa Madruga deixou nesta sexta (22) a equipe da procuradora-geral, Raquel Dodge, após a Folha de S.Paulo revelar uma conversa em que ele menciona possível investi

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 22.09.2017, 17:55:09 Editado em 22.09.2017, 17:55:09
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BELA MEGALE E LETÍCIA CASADO

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O procurador da República Sidney Pessoa Madruga deixou nesta sexta (22) a equipe da procuradora-geral, Raquel Dodge, após a Folha de S.Paulo revelar uma conversa em que ele menciona possível investigação sobre o braço direito de Rodrigo Janot.

Segundo a PGR, Madruga pediu exoneração do cargo de coordenador do Genafe (Grupo Executivo Nacional da Função Eleitoral). O pedido foi feito, de acordo com a Procuradoria, "após divulgação de reportagem da Folha de S.Paulo, com a finalidade de evitar ilações impróprias e indevidas". Ele havia sido nomeado terça-feira (19). É a primeira baixa na equipe de Dodge, que tomou posse na última segunda (18).

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A Folha de S.Paulo revelou na edição desta sexta o teor de um almoço entre Madruga e uma mulher em que discutiram a delação da JBS.

A interlocutora, segundo a reportagem apurou, é a advogada Fernanda Tórtima, que atuou no acordo de colaboração da empresa.

A reportagem confirmou identidade dela após o jornal publicar informações sobre o encontro.

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EXONERAÇÃO

A exoneração de Madruga foi anunciada depois de Tórtima e a PGR serem questionados pela Folha de S.Paulo sobre a participação dela na conversa. Ambos não quiseram se manifestar.

O encontro entre a advogada e o procurador ocorreu no restaurante Taypá, no Lago Sul, em Brasília. A reportagem estava na mesa ao lado.

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Madruga afirmou à Tórtima que a "tendência" da PGR é investigar Eduardo Pelella, ex-chefe de gabinete de Rodrigo Janot, antecessor e adversário de Dodge.

Procurador da República, Pelella é mencionado em diálogos de delatores da JBS como um interlocutor da PGR. Ele teve reunião com um deles, o advogado Francisco Assis e Silva, dias antes do encontro, em 7 de março, entre Joesley Batista e o presidente Michel Temer no Jaburu. Janot e seu ex-assessor negam qualquer irregularidade.

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"Não é para punir, é pra esclarecer", disse Madruga. O procurador afirmou que é preciso entender "qual é o papel do Pelella nessa história toda, porque está todo mundo perguntando".

A reportagem ouviu Madruga afirmar à advogada que a nova gestão da PGR precisa construir outra relação com a força-tarefa dos procuradores da Lava Jato em Curitiba, com mais interlocução e controle do que a anterior. Ele chegou a criticar Janot por, em sua avaliação, deixar a força-tarefa muito solta.

Na conversa, Madruga questionou o papel de Pelella, que na função de chefe de gabinete, teria trabalhado intensamente nas investigações e acordos da Lava Jato. A frase foi dita no momento em que os dois presentes à mesa abordavam a atuação do ex-procurador Marcello Miller no caso da JBS.

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A ADVOGADA

Tórtima é citada na investigação que apura a atuação do ex-procurador Marcello Miller no acordo da empresa.

Segundo os delatores, foi ela quem apresentou Miller à JBS. Ele é suspeito de ajudar a elaborar o acordo da empresa quando ainda era vinculado ao Ministério Público Federal.

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O nome da advogada aparece no diálogo gravado entre Joesley Batista e Ricardo Saud em que ambos discutem o acordo feito com a PGR.

Por causa dessa gravação, Janot pediu a rescisão da colaboração de ambos, e o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), decretou a prisão deles.

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Em relação a Miller, Madruga disse que a Procuradoria terá de investigar se "os 50" teriam chegado a ele, referindo-se a valores que o ex-procurador teria recebido.

Madruga atua no Ministério Público Eleitoral no Rio. Ele foi escolhido por Dodge para ser coordenador do Genafe (Grupo Executivo Nacional da Função Eleitoral), que traça as metas de atuação eleitoral do Ministério Público.

Tórtima é suplente de juiz do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio.

DIÁLOGOS

Um relatório da Polícia Federal transcreve mensagens do grupo de WhatsApp em que Tórtima trata das negociações dos acordos de delação e leniência da JBS com os executivos do grupo e também com Miller.

Em um dos diálogos, ela diz que os procuradores Eduardo Pelella e Sérgio Bruno, que fazia parte do grupo de trabalho da Lava Jato, sabiam ao menos de uma viagem de Miller para os Estados Unidos para tratar da leniência.

As mensagens reproduzidas no documento são:

Francisco de Assis e Silva: "Fernanda, ele precisa por na mesa a leniência, a imunidade e as demais penas corporais e que eles têm que assumir o protagonismo no DOJ conforme o Pelella assumiu o compromisso. Amanhã a gente combina a agenda do Joesley com eles".

Fernanda Tórtima: "Amanhã de manhã eu digo que o Marcello foi e que vai ligar. Lembra que o Pelella disse que ficaria esperando uma ligação da Esther [Flesh, advogada do mesmo escritório que Miller foi fazer parte após saída do Ministério Público] antes de fazer contato com o DOJ? Essa ligação será do Marcello. Eu disse que ele teria que falar hoje com o DOJ e disse que o Marcello iria. Nessa hora achei estranho ele dizer que já tinha a informação de que o Marcello iria".

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