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ATUALIZADA - Joesley diz que fez contrato fictício com sócio de ex-ministro do PT

LETÍCIA CASADO, REYNALDO TUROLLO JR. E RUBENS VALENTE BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O empresário Joesley Batista, dono da JBS, disse em depoimento à PGR (Procuradoria-Geral da República) que acertou contratos fictícios com o escritório de Marco Aurélio Carv

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 11.09.2017, 21:15:04 Editado em 11.09.2017, 21:15:04
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LETÍCIA CASADO, REYNALDO TUROLLO JR. E RUBENS VALENTE

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O empresário Joesley Batista, dono da JBS, disse em depoimento à PGR (Procuradoria-Geral da República) que acertou contratos fictícios com o escritório de Marco Aurélio Carvalho, sócio do ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo (PT-SP).

A banca "emitia mensalmente notas de R$ 70 mil ou R$ 80 mil para contratos fictícios, e parte desse dinheiro iria, segundo Marco Aurélio, para José Eduardo Cardozo", conforme o depoimento.

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O empresário contou que os contratos serviam para manter "boa relação" com o ex-ministro da Justiça, que o "tratava muito bem", segundo lhe dizia o advogado Marco Aurélio. Joesley acrescentou ter ouvido de Marco Aurélio que o "dinheiro chegava a José Eduardo Cardozo".

Porém, Joesley disse que "nunca perguntou se o dinheiro chegava" de fato ao ex-ministro.

Ele disse ainda que a J&F patrocinou vários eventos e palestras do IDP (Instituto de Direito Público), do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes. Conforme antecipou a Folha de S.Paulo em junho, a J&F pagou R$ 2,1 milhões ao IDP em patrocínios.

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Para Joesley, a prática não era ilícita: "Nessa de resolver o que seria ou não crime, veio essa questão e Francisco de Assis e Silva [advogado da empresa] disse que não era crime".

Segundo o delator, antes, Francisco de Assis e Silva perguntou ao então procurador da República Marcello Miller se havia algo ilícito e "houve divergência de entendimento". Para Joesley, "não houve nenhum ilícito porque não teve nenhum benefício em troca" e que uma diretora do IDP, Dalide Corrêa, procurou a empresa para o patrocínio.

Pessoa de confiança de Mendes, Dalide era, até o mês passado, diretora do IDP.

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'BÊBADOS'

Em depoimento, Joesley e outro delator do grupo empresarial, Ricardo Saud, afirmaram que as referências que fizeram a ministros do STF, em gravação realizada no dia 17 de março, eram "bravata" e "conversa de bêbados" e que eles não tinham conhecimento de nenhuma irregularidade que comprometa algum desses magistrados.

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Na conversa gravada, entregue há duas semanas pela própria defesa de Joesley e Saud, são citados três ministros: Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Gilmar.

Os delatores foram instados pela PGR, no dia 7, a explicar as referências. Na conversa de março, ambos disseram que gravar o ex-ministro Cardozo seria uma forma de chegar ao Supremo. Joesley disse agora que se trataria de "elucubração, porque Cardozo foi ministro da Justiça muito tempo'". Mas que ele não tinha como saber se um fato levaria a outro. Certa vez, o empresário indagou a então presidente Dilma Rousseff sobre quem fazia a relação com o STF, se seria o 'Zé', mas ela não respondeu.

"O áudio com Cardozo não tem nenhum crime, motivo pelo qual o depoente não trouxe o arquivo respectivo [à PGR]. A conversa com José Cardozo envolveu a Lava Jato, mas não tinha nada de errado", disse Joesley.

Em um ponto da primeira gravação, Saud diz que Cardozo teria "cinco ministros do Supremo na mão". A referência, repetiu Joesley, foi mera "elucubração de dois bêbados em casa e sozinhos" e "foi da imaginação de Saud, não foi dita por Cardozo".

O empresário também foi instado a explicar as referências ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na conversa gravada, Saud disse que Janot teria um suposto plano de sair da PGR e se integrar a um escritório onde iria também trabalhar o ex-procurador Marcello Miller.

"Também foi brincadeira total, pois nunca soube de nenhuma ligação de Miller com Janot", respondeu Joesley. Em seu depoimento, Saud pediu para fazer constar a frase: "Tem a dizer que foi uma conversa de bêbados e pedir desculpas pelo que falou na gravação, sendo tudo que falou sobre o PGR [Janot] e ministros do STF mera bravata".

O delator afirmou que Cardozo teria mencionado que era amigo de ministros do STF, mas que "não tem nada de concreto sobre ministros". "[Saud] falou isso por 'cachaça', querendo mostrar serviço', mas que [na verdade] foi tudo nem elucubração, foi mentira total".

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