GUSTAVO URIBE, ENVIADO ESPECIAL
XIAMEN, CHINA (FOLHAPRESS) - O presidente Michel Temer afirmou que recebeu com "serenidade" a decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de apurar possíveis omissões na delação da JBS, ameaçando inclusive anular a colaboração.
"Não falo sobre isso. Tenho que ter serenidade sobre isso. Respeito todas as decisões, mas não devo falar uma palavra", disse a jornalistas que acompanham sua participação na cúpula do Brics, em Xiamen, na China.
Questionado sobre como reagiu ao episódio, Temer respondeu: "Com a serenidade de sempre, não houve uma alteração sequer"
Janot anunciou que abriu investigação para apurar indícios de omissão de informações sobre crimes no processo de negociação do acordo de delação.
Janot assinou portaria que instaura um procedimento de revisão dos acordos de três de sete executivos do grupo: Joesley Batista, um dos donos do frigorífico, Ricardo Saud e Francisco de Assis.
O problema surgiu, segundo Janot, após os delatores da JBS entregarem à PGR (Procuradoria-Geral da República), na semana passada, novas gravações de áudio.
Em uma delas, uma conversa de cerca de quatro horas entre Joesley e Saud que não sabiam que estavam se gravando, há indícios de crimes cometidos por agentes da PGR e do STF (Supremo Tribunal Federal). A gravação foi feita provavelmente em 17 de março, dez dias depois de Joesley ter gravado o presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu e dias antes de assinar o acordo com a PGR.
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