MÁRIO CAMERA
PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) - O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes afirmou nesta segunda-feira (4), em Paris, que não cobra por palestras ou aulas magnas em eventos aos quais é convidado a participar.
Reportagem da Folha de S.Paulo publicada nesta segunda mostrou que, entre 87 ministros dos cinco principais tribunais superiores em Brasília, 76% não informaram se receberam ou não pagamentos por palestras de empresas e órgãos públicos nos últimos quatro anos (2014-2017).
Gilmar esteve entre os sete ministros do STF que não se pronunciaram à reportagem. Quatro responderam que não recebem por palestras: Cármen Lúcia, Celso de Mello, Rosa Weber e Edson Fachin.
"Em geral, não cobro por palestra. Dar aula é tão bom, que se a gente cobrar já fica até excessivo", disse Gilmar, em conversa com jornalistas na saída de reunião com autoridades eleitorais francesas.
O ministro disse que a exceção acontece quando há um valor estipulado para sua participação, como quando é convidado para fazer parte de bancas avaliadoras. "Por exemplo, [recebo] se vou à USP para participar de uma banca e me entregam um cheque de R$ 300", explicou.
O ministro disse que não iria "emitir juízo" sobre os colegas que cobram por participações em eventos de empresas ou órgãos públicos.
"Às vezes eu também organizo eventos em Brasília e chamo pessoas para participar. É a vida de estudante, de academia", concluiu.
O magistrado, que preside o Tribunal Superior Eleitoral, está na Europa para uma série de encontros relacionados com o processo eleitoral em diversos países.
Antes de chegar à capital francesa, ele passou por Bucareste, na Romênia, onde participou de uma conferência internacional sobre o tema. O ministro fica em Paris até a próxima quarta-feira, onde também encontra autoridades responsáveis pelas eleições na França.
Deixe seu comentário sobre: "ATUALIZADA - Gilmar Mendes rejeita comentar palestras de colegas"