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Políticos de MT guardam dinheiro em bolsos, mochila e caixa

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Ex-deputados estaduais e um deputado federal de Mato Grosso aparecem recebendo maços de dinheiro em vídeos entregues à PGR (Procuradoria-Geral da República) pelo delator Silval Barbosa (PMDB), ex-governador de Mato Grosso. Bol

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 29.08.2017, 21:55:03 Editado em 29.08.2017, 21:55:04
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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Ex-deputados estaduais e um deputado federal de Mato Grosso aparecem recebendo maços de dinheiro em vídeos entregues à PGR (Procuradoria-Geral da República) pelo delator Silval Barbosa (PMDB), ex-governador de Mato Grosso.

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Bolsos do paletó, bolsa, mochila e até caixa de papelão são usados para guardar o dinheiro. Segundo a delação, os políticos recebiam um "mensalinho" para apoiar na Assembleia Legislativa o governo de Mato Grosso, tanto na gestão de Barbosa (2011-2014) como na de Blairo Maggi (2003-2010), do PP, atual ministro da Agricultura.

O deputado federal Ezequiel Fonseca (PP-MT) é um dos que foram filmados recebendo dinheiro das mãos de Silvio Araújo, ex-chefe de gabinete de Barbosa. Para acomodar os valores, eles esvaziam uma caixa de papelão.

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O ex-deputado estadual Emanuel Pinheiro (PMDB), hoje prefeito de Cuiabá (MT), também foi flagrado recebendo dinheiro durante o governo de Barbosa. Pinheiro coloca os maços nos bolsos de seu paletó, enquanto conversa com o então chefe de gabinete, que também virou delator. A Folha antecipou que o vídeo do prefeito fazia parte da delação do ex-governador.

Em seguida, é a vez da atual prefeita de Juara (MT), Luciane Bezerra (PSB), pegar o suposto "mensalinho". À época, ela era deputada estadual de Mato Grosso.

Ainda na sequência, no mesmo vídeo de pouco mais de 22 minutos, chega o ex-deputado estadual Alexandre Cesar (PT). Ele pega o dinheiro, coloca em uma mochila, se despede e deixa a sala.

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O ex-deputado estadual Antônio Azambuja (PP) também aparece nas imagens entregues pelo delator aos investigadores da PGR. Azambuja guarda maços de R$ 20 em uma pasta e tem dificuldade para fechá-la, por causa do volume das notas.

Os irmãos Airton Português (PSD), deputado estadual à época, e Vanice Marques, ex-secretária estadual de Mato Grosso, guardam o dinheiro na bolsa dela, enquanto conversam com o ex-chefe de gabinete sobre assuntos do governo.

Segundo a delação de Barbosa, no governo de seu antecessor, Maggi, foi instituído o "mensalinho".

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"Esse mensalinho era uma vantagem indevida que era paga para cada deputado estadual do Estado de Mato Grosso, tendo começado no ano de 2003, em torno de R$ 30 mil reais por deputado", disse Barbosa.

Segundo o delator, foi feito um acerto entre a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa e Maggi para que o governo aumentasse a mesada dos deputados.

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"No ano de 2003 houve um acréscimo de R$ 12 milhões a R$ 15 milhões no orçamento da Assembleia Legislativa para que pudessem retirar desse valor as vantagens indevidas", afirmou o ex-governador.

"Todas essas pessoas sabiam que o aumento do repasse para a Assembleia seria para os deputados receberem suas vantagens indevidas, as quais ocorriam através de serviços não prestados, sendo que em contrapartida a Assembleia apoiaria o governo nos projetos de seus interesses", disse.

Os vídeos de recebimento de dinheiro foram tornados públicos pelo STF (Supremo Tribunal Federal) nesta terça-feira (29). O relator do caso na corte, o ministro Luiz Fux, retirou o sigilo do material na última sexta (25), atendendo a pedido do procurador-geral, Rodrigo Janot.

INQUÉRITO

Também na sexta, Fux autorizou a abertura de inquérito para apurar se políticos com foro privilegiado, entre eles o ministro da Agricultura, participaram de uma suposta organização criminosa no governo de Mato Grosso para desviar recursos públicos de obras e serviços.

De acordo com Janot, a organização criminosa agia em diversas frentes: operação ilegal de instituição financeira, gestão fraudulenta de instituição financeira, corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro.

Além desse inquérito, novas investigações ainda devem ser abertas no Supremo a partir da delação de Barbosa.

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