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Júri simulado faz 'julgamento' da Lava Jato com ex-ministro de Dilma

ESTELITA HASS CARAZZAI CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - O primeiro ato da defesa da Operação Lava Jato, num júri simulado organizado por advogados e juristas nesta sexta (11), foi pedir uma delação premiada. "Talvez seja a primeira delação espontânea da Lava

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 11.08.2017, 16:15:04 Editado em 11.08.2017, 16:15:04
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ESTELITA HASS CARAZZAI

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CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - O primeiro ato da defesa da Operação Lava Jato, num júri simulado organizado por advogados e juristas nesta sexta (11), foi pedir uma delação premiada.

"Talvez seja a primeira delação espontânea da Lava Jato", ironizou o advogado Antonio de Almeida Castro, conhecido como Kakay -que, na "vida real", defende réus da operação, como os senadores peemedebistas Romero Jucá e Edison Lobão.

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Kakay prometeu que a sua cliente, a Lava Jato, entregaria "o agente público que vaza todas as delações", as relações da investigação com a imprensa, "por que as prisões são feitas para a delação" e a estratégia de quem apoia a investigação.

Como benefício, pediu a inscrição dos seus integrantes no memorial de heróis da pátria, em Brasília -e na França, no Panteão dos Heróis, "por meio de uma cooperação internacional". A plateia ria.

O pedido foi negado, "por preclusão", pelo juiz que preside o julgamento simulado, com público de cerca de 400 pessoas, em Curitiba -entre estudantes de direito, professores, advogados, profissionais liberais e integrantes de movimentos sociais.

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O objetivo, segundo a organização, é fazer um debate sobre os eventuais excessos da investigação. O material de divulgação é ilustrado com uma foto em que o juiz Sergio Moro conversa com o senador Aécio Neves (PSDB), depois investigado pela operação.

"Queremos trazer questões controversas para colocar na agenda", disse Vera Karam de Chueiri, diretora do curso de direito da Universidade Federal do Paraná e uma das juradas qualificadas do tribunal popular.

Enquanto Kakay fará a defesa da investigação, o jurista Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça no governo de Dilma Rousseff, ficará na acusação.

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"Não é um dogma [o veredicto do julgamento], mas representa uma parcela significativa da opinião pública que tem que ser respeitada", disse Aragão à reportagem.

Para ele, a Lava Jato teve como consequência uma "deterioração das instituições e de direitos constitucionais", em função de ilegalidades na investigação.

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A organização diz que fará um debate qualificado. Além de Aragão e Kakay, estarão entre os jurados o advogado Marcelo Lavenère, autor do pedido de impeachment do ex-presidente Fernando Collor, o jornalista Fernando Morais, para falar sobre o papel da imprensa, além de advogados e defensores públicos.

O juiz que preside o julgamento simbólico é Marcelo Tadeu Lemos, juiz de direito em Alagoas.

Nenhum integrante da investigação participará do tribunal. "Não era nosso objetivo fulanizar o debate, ou atacar essa ou aquela pessoa", comentou a advogada Tânia Mandarino, uma das organizadoras, que ressalta que a inscrição era livre.

Cerca de 400 pessoas se inscreveram para o evento. Nenhuma das inscrições foi negada, segundo a organização -mas o local de realização do tribunal, num sindicato no centro de Curitiba, foi divulgado apenas para os participantes, por motivos de segurança.

"A gente sabe o ódio que há na cidade. A Lava Jato é quase uma entidade sacrossanta", comentou Mandarino.

O julgamento vai ocorrer ao longo de todo o dia. A sentença deve ser lida por volta das 22h.

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