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'É difícil dizer não a um governador', diz Eike sobre ceder jatos a Cabral

ITALO NOGUEIRA RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O empresário Eike Batista afirmou, em depoimento à Justiça Federal, que era "difícil" negar um pedido feito por um governador, em referência ao empréstimo de jatos a Sérgio Cabral (PMDB). Negociando delaçã

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 31.07.2017, 15:30:08 Editado em 31.07.2017, 15:30:08
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ITALO NOGUEIRA

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O empresário Eike Batista afirmou, em depoimento à Justiça Federal, que era "difícil" negar um pedido feito por um governador, em referência ao empréstimo de jatos a Sérgio Cabral (PMDB).

Negociando delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República), Eike não respondeu à maioria dos questionamentos do juiz Marcelo Bretas. Ele depôs no processo em que é acusado de pagar US$ 16,5 milhões de propina ao ex-governador do Rio.

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Eike apenas tentou explicar a cessão de seus jatos ao peemedebista. Como a Folha de S.Paulo revelou em janeiro, o ex-governador e sua mulher, a advogada Adriana Ancelmo, fizeram 13 voos em aeronaves do empresário.

"Tinha três aeronaves e as pessoas sabiam que elas ficavam muito paradas. Muitas pessoas tinham a liberdade de fazer: 'Posso usar o seu avião?'. E é difícil dizer não a um governador", afirmou Eike, para logo depois ser orientado pelo advogado Fernando Martins a não falar mais.

A declaração é distinta da feita pelo próprio empresário em 2011, após a divulgação do empréstimo. Esta foi a última cessão e teve como destino Porto Seguro (BA), para o aniversário de Fernando Cavendish, dono da Delta. Na ocasião, um acidente de helicóptero que matou sete pessoas que acompanhavam Cabral revelou e interrompeu o uso particular dos jatos do empresário pelo ex-governador.

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"Tive satisfação em ter colocado meu avião à disposição do governador Sérgio Cabral, que vem realizando seu trabalho com grande competência e determinação. Sou livre para escolher minhas amizades", disse Eike em nota na ocasião.

O primeiro empréstimo ocorreu em 2009, duas semanas após uma viagem dos dois à China. Logo após a missão em busca de investimentos no Porto do Açu, o empresário afirmou que o via como "verdadeiro amigo".

"Essa viagem os aproximou muito e ele já está [com] saudades", diz e-mail de Paulo Fernando Magalhães Pinto, apontado como "testa de ferro" de Cabral, ao peemedebista relatando conversa com Eike. A mensagem foi identificada na quebra de sigilo dos investigados.

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"O Eike me pede para te dizer que, independente da parceria de vocês profissional, hoje ele te vê como um verdadeiro amigo", dizia o e-mail.

Eike também é acusado de ter repassado R$ 1 milhão de propina por meio do escritório de advocacia de Adriana Ancelmo. Ela disse que desconhecia o motivo do repasse, mas disse que seu ex-sócio, Sérgio Coelho, fez reuniões com executivos do grupo EBX.

O ex-braço-direito de Eike, Flávio Godinho, permaneceu em silêncio. Cabral ainda não foi ouvido.

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