THAIS BILENKY
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O imbróglio em torno da tornozeleira eletrônica do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor do presidente Michel Temer, voltou para o colo de Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal).
Nesta quinta-feira (13), o delegado da Polícia Federal Cairo Costa Duarte entregou ofício ao ministro, diante do impasse que a falta do equipamento causou.
A saga da tornozeleira começou quando Fachin soltou Loures, no dia 1º de julho. Em sua decisão, o ministro determinou que Loures, conhecido como o "deputado da mala", usasse o equipamento, entre outras medidas cautelares.
Então, o Depen (Departamento Penitenciário Nacional), subordinado ao Ministério da Justiça, determinou que a Secretaria de Segurança Pública de Goiás emprestasse uma tornozeleira.
A pasta estadual, porém, não tinha nenhuma disponível, porque a empresa fornecedora alegava atraso no pagamento do contrato com o Estado. A secretaria, daí, destinou a Loures a tornozeleira que seria concedida a um outro homem, que por isso continuou preso. O ex-deputado foi acusado de ter "furado a fila".
O governo goiano argumentou que não podia desacatar decisão do Supremo. Mas o Ministério Público Estadual de Goiás decidiu entrar com uma ação civil pública contra a Secretaria de Segurança Pública, cujo titular, diante do impasse, recorreu à PF.
Foi aí que o delegado Cairo Costra Duarte decidiu que a palavra final tem de ser de Fachin. Enquanto isso, Loures usa a tornozeleira.
No dia 26 de junho, a PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou Rocha Loures e o presidente Temer pelo crime de corrupção passiva.
De acordo com a PGR, Rocha Loures intermediou e Temer foi o destinatário final de uma mala contendo propina de R$ 500 mil e de uma promessa de outros R$ 38 milhões em vantagem indevida, ambas da empresa JBS.
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