JOSÉ MARQUES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A defesa de Luiz Inácio Lula da Silva disse que o juiz Sergio Moro "desprezou as provas da inocência" e "usou o processo para fins de perseguição política" ao condenar o ex-presidente.
"A sentença de 962 parágrafos dedicou cinco parágrafos para a prova que a defesa fez sobre a inocência", disse o advogado Cristiano Zanin Martins a jornalistas, na noite desta quarta (12).
Lula foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP).
A sentença do juiz Sergio Moro é a primeira contra o petista no âmbito da Lava Jato.
Zanin voltou a sustentar que não há provas de que Lula era proprietário do apartamento e jamais foi transferido a ele ou seus familiares.
A defesa diz que a decisão de Moro se sustenta, principalmente, no depoimento de Léo Pinheiro, dono da empreiteira e em negociação de acordo de colaboração premiada.
Desde o início do processo, os advogados têm afirmado que Moro é parcial e entrado com ações contra o juiz, sem sucesso.
Com a sentença, dizem que estavam certos ao afirmar que Moro "claramente perdeu a sua imparcialidade há muito tempo".
No entanto, ressaltam que não estavam perseguindo o juiz, mas "usando mecanismos previstos em lei para impugnar atos arbitrários".
O advogado disse que o ex-presidente Lula está bastante sereno, mas com uma "indignação natural" por causa da "condenação sem provas".
Zanin e os outros defensores estavam em audiência na Justiça Federal de Curitiba, na outra ação em que Lula é réu. Ao receber a notícia da condenação, no começo da tarde, voaram para São Paulo
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