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'Candidato não pode ver câmera', diz Lula em depoimento à Justiça

REYNALDO TUROLLO JR. BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva depôs na sexta (7) como testemunha de defesa em uma ação que acusa os ex-ministros petistas Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo de terem se beneficiado de um esquema d

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 10.07.2017, 19:55:08 Editado em 10.07.2017, 19:55:08
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REYNALDO TUROLLO JR.

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva depôs na sexta (7) como testemunha de defesa em uma ação que acusa os ex-ministros petistas Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo de terem se beneficiado de um esquema de propinas na Petrobras. Ele causou risos ao se ajeitar para a câmera.

"Tem que falar para a câmera? Olha que candidato não pode ver uma câmera", disse, arrancando risos dos presentes.

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Foi um dos poucos momentos de descontração do depoimento. Na maior parte do tempo, Lula mostrou-se irritado com perguntas sobre como funcionam as indicações para diretorias de estatais.

"Vou tentar explicar, porque o Ministério Público acha criminoso os partidos tentarem indicar pessoas. Numa outra encarnação nós vamos indicar só gente do Ministério Público", disse o ex-presidente.

Segundo ele, em qualquer país do mundo onde um presidente se eleja com apoio de outros partidos, é "normal e razoável politicamente" que esses partidos queiram indicar pessoas para compor o governo.

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As perguntas giraram em torno da indicação de Paulo Roberto Costa para a diretoria de Abastecimento da Petrobras, no governo Lula. Segundo o ex-presidente, Costa, contra quem não havia suspeitas à época, foi indicado pela bancada do PP, sem participação do PT.

"O PP indicou o Paulo Roberto, que era um homem de carreira, era tido como extremamente competente. Então, se ele cometeu algum desvio depois, é outro problema", disse Lula.

A Procuradoria-Geral da República denunciou Gleisi e Paulo Bernardo por supostamente terem recebido R$ 1 milhão para a campanha dela ao Senado em 2010. Hoje, além de senadora, Gleisi é presidente nacional do PT.

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"O montante era oriundo do esquema de corrupção e lavagem de dinheiro estabelecido na Diretoria de Abastecimento da Petrobras, na época ocupada por Paulo Roberto Costa, o qual solicitava e recebia quantias ilícitas de empresas interessadas em celebrar irregularmente contratos com a estatal e em obter benefícios indevidos no âmbito das contratações", sustentou a Procuradoria na denúncia.

"Parte dessas quantias ilícitas era repassada a agentes políticos por Paulo Roberto Costa, com o auxílio de seu operador de propinas Alberto Youssef, a fim de assegurar a sua permanência no cargo e a manutenção do esquema criminoso", diz a acusação.

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"Nesse contexto ocorreu o repasse de parte das quantias ilícitas, no total de R$ 1 milhão, à campanha eleitoral de Gleisi Hoffmann de 2010, com a finalidade de manutenção de Paulo Roberto Costa no cargo, seja com a não interferência nessa nomeação e tampouco no funcionamento do esquema criminoso, seja com fornecimento de apoio político para sua sustentação, tanto por parte de Gleisi [...] como por parte de seu cônjuge, Paulo Bernardo Silva, então Ministro de Estado."

Lula negou influência do casal na indicação e na sustentação de Costa na Petrobras.

"O Paulo Bernardo, no Ministério do Planejamento, não tem nenhuma influência na indicação de gente da Petrobras. Nunca comentou [qualquer nome] e nem deveria comentar, porque não é da área dele", disse Lula. O mesmo afirmou sobre Gleisi. "Ela não tinha cargo público [à época]."

Questionado pela defesa de Gleisi sobre o teor da denúncia, Lula disse discordar dele. "Eu não concordo com todas as acusações, elas são baseadas em algumas delações de pessoas que não merecem nenhuma credibilidade."

Costa e o doleiro Youssef, suspeitos nesse caso, viraram delatores na Lava Jato.

A ação penal contra Gleisi e Paulo Bernardo tramita no STF, devido ao foro privilegiado da senadora. Também é réu na ação o ex-assessor Ernesto Kugler Rodrigues. Todos negam as acusações. O depoimento de Lula foi tomado na Justiça Federal em São Paulo.

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