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Justiça mantém prisão de Geddel sob suspeita de atrapalhar investigação

REYNALDO TUROLLO JR. BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O juiz da 10ª Vara Federal em Brasília, Vallisney Oliveira, decidiu nesta quinta (6) manter a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso preventivamente desde segunda-feira (3) por suspeita de tentar a

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 06.07.2017, 11:55:08 Editado em 06.07.2017, 11:55:08
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REYNALDO TUROLLO JR.

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O juiz da 10ª Vara Federal em Brasília, Vallisney Oliveira, decidiu nesta quinta (6) manter a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso preventivamente desde segunda-feira (3) por suspeita de tentar atrapalhar investigações.

A prisão foi decretada no âmbito de uma ação em que são réus o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o corretor de valores Lucio Funaro e o ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, entre outros, sob acusação de desvios no FI-FGTS, um fundo de investimentos da Caixa.

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O processo derivou da Operação Sépsis, deflagrada em julho do ano passado. Geddel também é investigado pela Operação Cui Bono? por supostos desvios na Caixa entre 2011 e 2013, época em que ele ocupou uma das vice-presidências do banco estatal.

O principal motivo para a prisão de Geddel, um dos ex-ministros mais próximos de Michel Temer, foi o depoimento de Funaro em um dos inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga o presidente da República.

Funaro entregou registros de ligações telefônicas feitas em maio por Geddel à sua mulher, Raquel. O corretor disse em depoimento que "estranhou" as ligações, pois Geddel "sondou" qual era a disposição dele, Funaro, de fazer uma delação premiada.

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O juiz Oliveira reiterou que há indícios de autoria e materialidade de crime que justificam a prisão preventiva, além do pressuposto de preservação da ordem pública. "O argumento mais forte que levou a decretar a prisão foram esses telefonemas. Isso me pareceu grave. Pode haver uma certa influência, algo que possa prejudicar o resultado do processo", afirmou o magistrado.

CONVERSAS TRIVIAIS

Na audiência de custódia, realizada na manhã desta quinta, Geddel disse ter "crença inabalável, convicção" de que não tomou nenhuma atitude que pudesse ser considerada obstrução da Justiça.

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Questionado pelo procurador da República Anselmo Lopes, Geddel admitiu que conversou com a mulher de Funaro, por telefone, cerca de dez vezes de um ano para cá, mas disse que nunca tratou de assuntos ilícitos nem perguntou sobre a situação financeira dela.

O ex-ministro disse que geralmente retornava ligações feitas por Raquel, e que as conversas, rápidas, eram triviais. "Como vai? Tudo bem? Como é que está a família?", disse Geddel.

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Em resposta ao procurador, Geddel afirmou também que, no último ano, não teve qualquer contato com Eduardo Cunha, preso pela Lava Jato no Paraná.

O advogado de Geddel, Gamil Föppel, pediu ao juiz a revogação da prisão preventiva e a conversão dela em medidas cautelares alternativas, como uso de tornozeleira.

O defensor argumentou que, nos últimos dias, o Supremo soltou pessoas investigadas em outros processos -como o ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, acusado de receber uma mala com R$ 500 mil da JBS para o presidente Temer, e parentes do senador Aécio Neves (PSDB-MG), também acusado de corrupção- e pediu tratamento semelhante para seu cliente.

Föppel sustentou ainda que os registros de ligações entregues por Funaro -"prints" da tela do celular de Raquel- não passaram por perícia e não podem usados como prova, e que a mulher do corretor de valores não foi ouvida pela Polícia Federal.

Além de decidir manter a prisão, o juiz Oliveira determinou que a PF ouça, com urgência, a mulher de Funaro sobre os telefonemas e realize uma perícia no telefone dela para analisar a autenticidade das ligações.

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