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BERNARDO MELLO FRANCO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, quer barrar a volta de Aécio Neves à presidência do PSDB.
Ele defende que o partido efetive Tasso Jereissati, que exerce o cargo interinamente desde maio.
A Folha antecipou a informação nesta sexta (30). Alckmin se manifestou horas depois de o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, autorizar que Aécio volte a exercer o mandato de senador.
"É importante que o partido defina isso logo. Tasso deve ficar na presidência de forma efetiva, até o ano que vem", disse o governador.
Aécio se licenciou da presidência do PSDB ao ser afastado do Senado por decisão do ministro Edson Fachin. O relator da Operação Lava Jato entendeu que o tucano estava usando o mandato para obstruir a Justiça.
O ministro Marco Aurélio Mello assumiu a relatoria do caso e derrubou a decisão de Fachin nesta sexta. Com isso, Aécio também estaria livre para reassumir o comando do PSDB.
Alckmin avalia que esse retorno seria prejudicial ao partido, já que agora Aécio terá que se dedicar à sua defesa no Supremo.
O senador foi afastado após ser gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista. Ele afirma que pediu um empréstimo para pagar advogados que o defendem na Lava Jato.
Alckmin disse concordar com a recondução do mineiro ao Senado. "A decisão foi importante para preservar o mandato popular que o Aécio conquistou. Isso muito nos alegra", afirmou.
Em dezembro passado, Alckmin tentou impedir a prorrogação do mandato de Aécio na presidência do PSDB. O senador venceu a disputa com folga.
Ao defender a efetivação de Tasso, Alckmin tenta retomar a influência sobre a cúpula do partido. Ele é pré-candidato à Presidência da República em 2018.
Nos últimos meses, Aécio havia se aproximado do senador José Serra para barrar os planos do governador paulista. Eles chegaram a turbinar o prefeito de São Paulo, João Doria, como alternativa a Alckmin.
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