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ATUALIZADA - Advogado diz que Joesley fez armadilha para agradar a Janot

THAIS BILENKY BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Ex-advogado da J&F preso na Operação Patmos, Willer Tomaz acusa Joesley Batista e o diretor do grupo Francisco Assis e Silva de terem preparado uma armadilha para ele e o procurador Ângelo Goulart Villela, também

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 28.06.2017, 21:05:09 Editado em 28.06.2017, 21:05:09
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THAIS BILENKY

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Ex-advogado da J&F preso na Operação Patmos, Willer Tomaz acusa Joesley Batista e o diretor do grupo Francisco Assis e Silva de terem preparado uma armadilha para ele e o procurador Ângelo Goulart Villela, também preso, com o objetivo de agradar ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e assim conseguir benefícios melhores na delação.

Em carta escrita para a Folha da penitenciária da Papuda, em Brasília, onde está preso, Tomaz relata que Joesley e Assis provocaram situações como forma de criar provas de que ele e o procurador atuavam juntos.

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O advogado nega que tenha repassado R$ 50 mil a Villela, como acusaram os delatores.

Mas admite que entregou gravação de uma negociação de delação premiada entre procuradores e um ex-sócio e hoje inimigo de Joesley, Mário Celso Lopes, como forma de pressionar o empresário a fechar um acordo de colaboração.

Tomaz diz que não se constrangeu em repassar o conteúdo, de caráter reservado. "Esse áudio não trata de vazamento de nada sigiloso. Simplesmente demonstra que, se o Joesley não fizesse a delação, seu inimigo iria fazer. O Ministério Público usa isso como prática comum quando tem duas pessoas interessadas em delatar. Ele quer a mais forte", justificou.

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Na conversa, cuja gravação foi obtida pela Folha, o ex-sócio de Joesley e procuradores negociam bens a serem desbloqueados e provas para comprovar supostas ações ilícitas do grupo J&F.

Janot pediu a abertura de inquérito contra Tomaz e Villela por tentativa de obstruir a Justiça. O procurador-geral sustenta que "o advogado, com possível ajuda do procurador, estava tentando atrapalhar o processo de colaboração premiada ora em curso com o escopo possivelmente de proteger amigos políticos integrantes do PMDB", os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros.

A PGR também pede investigação contra Tomaz por corrupção ativa e violação de sigilo. O procurador é acusado, além de obstrução de justiça, de corrupção passiva e violação de sigilo funcional.

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Tomaz contesta a versão dos delatores. Diz que não há prova a corroborar o repasse de propina, que não tentou poupar ninguém de delação e que, ao contrário do que afirmou Janot, ele próprio intermediava uma conversa entre Villela e a JBS com vistas a fecharem delação.

Em sua carta, Tomaz narra uma sucessão de episódios que, segundo ele, culminaram em sua prisão, em 18 de maio.

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"Me deparei com a absurda armadilha engendrada pelos delatores Joesley e Francisco que, desvirtuando os fatos ocorridos, rifaram a mim e ao procurador Ângelo como moeda de troca para obterem os premiadíssimos benefícios de colaboração".

De acordo com Tomaz, o interesse de Joesley em entregar Villela surgiu em decorrência da informação de que o procurador era um adversário de Janot e apoiava um nome da oposição para a sua sucessão, Raquel Dodge.

Ela ficou em segundo lugar na lista formada após eleição interna da categoria nesta terça (27) para suceder Janot.

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encontro em hangar

Tomaz diz que em fevereiro de 2017 foi procurado por Joesley para defender a Eldorado Celulose, do grupo J&F, investigada por supostas irregularidades no uso de recursos do FI-FGTS, bem como na compra de ativos de fundos de pensões na Operação Greenfield.

Em dado momento, de acordo com o advogado, os executivos e ele concordaram em abrir uma frente de conversa com o MPF, dada sua relação com Villela, que atuava na Greenfield.

Mas, segundo o advogado, Joesley se demorava a iniciar as tratativas, dizendo-se receoso de o procurador não ter o poder necessário para fechar um acordo vantajoso com ele.

Foi então que Villela mandou Tomaz entregar a Joesley a gravação das tratativas de delação da equipe do MPF com Mário Celso Lopes, "ex-sócio e arqui-inimigo do Joesley".

Os dois se encontraram em um hangar de aeroporto e Tomaz começou a mostrar a gravação.

Sem que Tomaz soubesse, Joesley gravou o advogado mostrando o áudio e entregou a gravação à Procuradoria-Geral da República.

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