ANGELA BOLDRINI
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Oito países já fizeram 22 pedidos de colaboração do Brasil nas investigações da Lava Jato relacionadas à Odebrecht, informou nesta sexta-feira (2), a PGR (Procuradoria-Geral da República).
São eles o Peru, o Panamá, a Colômbia, a República Dominicana, a Argentina, a Venezuela, o México e o Equador.
O Brasil pode começar a enviar ao exterior provas relacionadas a crimes cometidos pela Odebrecht em países que mantém acordos de cooperação com a PGR.
Terminou nesta quinta-feira (1º) o prazo do termo de confidencialidade do acordo de colaboração dos executivos da empreiteira, e as informações já podem ser repassadas para as autoridades de outros países.
Segundo o secretário de cooperação internacional da PGR, Vladimir Aras, as provas estão sendo selecionadas para o envio aos países que as solicitaram. De acordo com ele, dos 77 delatores, 16 falam sobre crimes cometidos no exterior.
Por ora, porém, os documentos seguem sob sigilo. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a manutenção do sigilo. Agora, a divulgação das informações depende de decisão do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo.
EQUIPE CONJUNTA
O Ministério Público também anunciou a formação de uma equipe conjunta de investigação com a Argentina. A Odebrecht teria pagado US$ 35 milhões em subornos a autoridades argentinas, segundo o Departamento de Justiça dos EUA.
Representantes da Procuradoria argentina estiveram no Brasil para discutir a colaboração e o envio de provas.
Um dos problemas apresentados na negociação é que, pela lei brasileira, a Procuradoria brasileira só pode entregar provas no exterior se o país receptor se comprometer a não processar os delatores, já que têm direito a benefícios determinados pelo acordo de colaboração premiada.
Caso investigadores no exterior encontrem provas em apuração própria, porém, não há impedimentos para que os executivos da Odebrecht sejam processados.
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