MARINA DIAS E CÁTIA SEABRA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Na disputa pela presidência do PT, o senador Lindbergh Farias (RJ) afirmou nesta quinta (1º) que o partido "não fará acordo por cima" em relação a eventuais eleições indiretas para substituir Michel Temer (PMDB), e que a ordem para os petistas é "não votar no colégio eleitoral" caso o presidente seja cassado.
A declaração de Lindbergh, que participa da abertura do 6º Congresso Nacional do PT, em Brasília, é um recado a parlamentares do partido que abriram, nos últimos dias, diálogo com a base do governo na articulação de uma solução via colégio eleitoral caso haja cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Documento que servirá de base para as discussões do congresso afirma que a posição do PT é "inegociável" pela defesa das eleições diretas.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabe que há deputados e senadores do PT conversando com a base de Temer e deu a ordem para que a defesa pública do partido seja pelas eleições diretas. Lula avalia que não será possível haver "um nome de centro" entre os candidatos pela via indireta e que o PT teria pouca influência no processo.
Participantes do 6º congresso nacional do PT, coordenadores de movimentos de esquerda informaram ao partido que não há chance de composição para uma eventual eleição indireta.
No mesmo documento que servirá de base para as discussões do PT no Congresso, o partido afirma que o país vive um "regime de exceção" com as prisões da Lava Jato e que apenas a candidatura de Lula ao Planalto em 2018 será capaz de derrubar as medidas aprovadas pelo governo Temer.
No mural
Preso na operação Lava Jato, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto tem lugar de destaque no mural instalado à entrada do auditório onde ocorre o evento.
Além da fotografia de Vaccari -exposta no alto, ao lado de imagens de Lula- o mesmo mural exibe uma foto do ex-ministro José Dirceu, que foi condenado duas vezes pelo juiz Sergio Moro e recorre em liberdade.
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