ARTUR RODRIGUES E EDUARDO GERAQUE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma das principais lideranças dos protestos contra o governo Michel Temer, o coordenador do MTST e da Frente Brasil Sem Medo, Guilherme Boulos, afirmou que os protestos reuniram todos os setores da esquerda brasileira e devem ser maiores no futuro.
Ele afirmou que, além da chuva, atrapalhou também o fato de que a mobilização para os atos foi de última hora.
"O que houve? Esse ato foi convocado com cinco dias de antecedência. Você consegue trazer artistas, setores que não estão organizados em movimentos sociais, você prepara, você faz interlocução", disse.
Segundo ele, as próximas manifestações "se Temer insistir em se arrastar no governo" serão "muito maiores".
A reivindicação pelas eleições diretas, diz ele, é da maioria da população.
"Essa pauta é uma pauta que tem unidade no conjunto da sociedade brasileira", disse.
Ele disse que outros estados tiveram de cancelar protestos por causa do tempo ruim. "Então, aquela história, o grande acordo nacional, com o Supremo, com tudo, envolve São Pedro também", brincou.
Para Boulos existem muitas saídas constitucionais para que as eleições diretas ocorram. Seja via PEC que tramita no Congresso, via TSE, que julga a cassação da chapa Dilma/Temer, seja via legislação eleitoral que prevê novas eleições em caso de a cassação ocorrer antes de seis meses do fim do mandato.
"Acho engraçado que gente que há um ano atrás resolveu rasgar a Constituição, fazer um impeachment sem crime de responsabilidade, venha agora dizer que não há caminho constitucional para a solução".
De acordo com o líder dos movimentos sociais por moradia, o povo e a esquerda estão unidos pela luta das Diretas Já.
"O conjunto dos movimentos sociais brasileiros entende que o governo Temer não tem condições políticas de continuar. Esse Congresso Nacional não tem qualquer condição moral de propor uma solução pela via indireta".
Segundo os organizadores, 20 mil pessoas estiveram no ato.
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