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Havia senha entre Joesley e Temer sobre mesadas a Cunha, diz lobista

LUCAS VETTORAZZO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O lobista da JBS Ricardo Saud, apontado como o operador da distribuição de propina da empresa a políticos, disse em depoimento que o dono da JBS, Joesley Batista, e o presidente Michel Temer tinham uma senha pa

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 19.05.2017, 17:00:11 Editado em 19.05.2017, 17:00:12
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LUCAS VETTORAZZO

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O lobista da JBS Ricardo Saud, apontado como o operador da distribuição de propina da empresa a políticos, disse em depoimento que o dono da JBS, Joesley Batista, e o presidente Michel Temer tinham uma senha para se referir ao pagamento de mesadas na cadeia a ex-deputado Eduardo Cunha e o doleiro Lúcio Funaro.

O objetivo era mantê-los calados, sem delatar os esquemas de propina da empresa a autoridades brasileiras. "Dar alpiste aos passarinhos na gaiola" era a forma como eles se referiam à operação.

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Segundo Saud, certa vez, Temer quis saber de Joesley como estavam os repasses.

"O Michel Temer sempre pedia para manter eles lá. O código era 'tá dando alpiste pros passarinhos? Os passarinhos tão tranquilos na gaiola?'", relatou Saud em depoimento prestado no dia 10 de maio à PGR (Procuradoria-Geral da República).

O vídeo do depoimento consta na delação premiada dos executivos da JBS.

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De acordo com o lobista, a propina paga em parcelas eram provenientes de contrato fraudulento para obter recursos do fundo de investimento do FGTS, liberados por influência do então vice-presidente da Caixa, Fábio Cleto, alvo de investigação em janeiro pela Lava Jato.

Foi quando as parcelas do acordo estavam perto do fim, que a JBS passou a pagar, então, pelo silêncio da dupla.

Inicialmente, segundo Saud, era Geddel Vieira Lima, então ministro da Secretaria de Governo de Temer, quem cobrava Joesley Batista para "dar alpiste aos passarinhos".

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Em janeiro deste ano, quando o apartamento de Geddel foi alvo de ação de busca e apreensão da Polícia Federal, o presidente Michel Temer passou a a ser o responsável por cobrar os acertos, disse Saud.

"Quando o Geddel foi abatido no meio do caminho, o Joesley foi conversar com o Michel Temer. Nessa conversa o Joesley falou: 'ó, tá acabando o alpiste dos passarinhos'. 'Como é que vai fazer, como nós vamos fazer para melhorar isso?'", relatou.

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Temer teria respondido, ainda segundo o delator: "não, continua, continua, isso é muito importante".

Segundo Saud, a empresa estava tendo dificuldade em encontrar uma forma de operacionalizar recursos para os pagamentos. Joesley teria decidido pagar mais algumas parcelas e parar com os repasses.

O empresário teria demonstrado certa insatisfação por pagar pelo silêncio dos presos, cujo interesse extrapolaria questões não só da empresa, mas de todos os possíveis implicados em delações de Funaro e Cunha.

O executivo teria dito: "não vamos mais segurar ninguém, não". "O Joesley foi lá para deixar claro, foi lá explicar que não tinha mais dinheiro, que esse ia ser o último pagamento, tanto para o Cunha, tanto pro Lúcio", disse.

Temer teria respondido: "não, não, arruma um jeito de pagar lá".

OUTRO LADO

Procurada, a assessoria do presidente Michel Temer ainda não respondeu. As defesas de Cunha e Funaro ainda não foram localizadas, assim como Geddel Vieira Lima.

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