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JBS dava 'ajuda de custo' de R$ 50 mil a procurador

WÁLTER NUNES SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F, controlador do frigorífico JBS, disse, em seu acordo de delação premiada, que pagava uma "ajuda de custo" de R$ 50 mil ao procurador Ângelo Goulart Villela, que faz

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 19.05.2017, 15:00:10 Editado em 19.05.2017, 15:00:13
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WÁLTER NUNES

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F, controlador do frigorífico JBS, disse, em seu acordo de delação premiada, que pagava uma "ajuda de custo" de R$ 50 mil ao procurador Ângelo Goulart Villela, que fazia parte da força tarefa da Operação Greenfield, que investiga a empresa em um esquema de uso irregular de dinheiro de fundos de pensão. Villela foi preso na quinta (18).

Segundo Joesley, ele conheceu o procurador por meio do advogado Willer Tomaz. O advogado alardeava que tinha proximidade com Villela, que era do Rio de Janeiro, mas trabalhava no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

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Tomaz disse que Villela estava prestes a se incorporar à força tarefa da Operação Greenfield, o que de fato aconteceu. Joesley foi avisado por mensagem de WhatsApp quando o procurador foi incorporado à investigação, inclusive com o envio da cópia da portaria nomeando Villela para a Greenfield.

Imediatamente, segundo o delator, o procurador passou a fornecer informações sigilosas da Greenfield para Joesley por meio do advogado. "Olha, o Angelo teve a primeira semana de trabalho dele. Coincidentemente foi justamente o depoimento que o Mario Celso, ex-funcionário da JBS, teve com o procurador Anselmo (Anselmo Cordeiro Lopes, procurador responsável pela Greenfield). Que o Ângelo teria gravado e mandado para o Willer Tomaz (por WhatsApp) toda a audiência", diz trecho do documento da delação. Ângelo Villela participou da conversa.

Tomaz marcou um encontro em seu escritório onde apresentou Villela aos delatores da JBS. Na ocasião foram apresentados documentos sigilosos da Greenfield. Joesley contratou o escritório de do advogado Tomaz Willer por R$ 8 milhões, sendo R$ 4 milhões de pagamento inicial e mais R$ 4 milhões após o êxito da ação.

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Thomaz Willer combina com Joesley que repassará uma "ajuda de custo" de R$ 50 mil para o procurador.

Joesley Batista foi até o procurador Anselmo Cordeiro Lopes para relatar que havia um membro de sua equipe vazando informações aos investigados. Relatou que no início ficou receoso, mas depois conhecer melhor Lopes adquiriu confiança.

Em junho do ano passado, o procurador da República Ângelo Goulart Vivella discursou no plenário da Câmara dos Deputados defendendo o projeto das "10 medidas contra a corrupção", idealizado por procuradores da força-tarefa da Lava Jato.

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Ele defendeu mudanças na lei eleitoral e o endurecimento no combate ao caixa dois de campanha. Fez duras críticas aos esquemas de corrupção perpetrados por políticos e doadores de campanha.

OUTRO LADO

Em comunicado em seu site o escritório Willer Tomaz Advogados Associados "confirma o cumprimento de medida de busca e apreensão em Brasília. Quanto ao ocorrido, esclarece que a advocacia é uma profissão que visa a proteger o Estado de Direito e por estar relacionado com combate para assegurar garantias individuais dos cidadãos está sujeita a acusações injustas", diz a mensagem. "Os fatos noticiados na mídia hoje serão devidamente esclarecidos no curso das investigações. Atesta, ainda, que não foram comprometidos documentos dos clientes, pois a medida foi restrita a poucos arquivos relacionados com as investigações."

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