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Delator diz que pagou 'mensalinho' a Temer e R$ 300 mil a marqueteiro

RUBENS VALENTE, LAÍS ALEGRETTI E ANGELA BOLDRINI BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - No acordo de delação premiada homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o empresário Joesley Batista, do grupo JBS, afirmou que, a pedido do presidente Michel Temer, aceito

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 19.05.2017, 13:25:09 Editado em 19.05.2017, 13:25:11
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RUBENS VALENTE, LAÍS ALEGRETTI E ANGELA BOLDRINI

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - No acordo de delação premiada homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o empresário Joesley Batista, do grupo JBS, afirmou que, a pedido do presidente Michel Temer, aceitou fazer pagamentos totais de R$ 4,7 milhões de 2010 a março de 2017, incluindo um "mensalinho" de R$ 100 mil e um repasse, em espécie, de R$ 300 mil para as mãos do marqueteiro de confiança do presidente, Elsinho Mouco.

Os dados constam de um "anexo" entregue por Joesley à PGR (Procuradoria Geral da República), segundo revelou nesta sexta-feira (19) o site "O Antagonista".

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O "anexo" é um roteiro do que o empresário pretendia contar ao Judiciário caso tivesse aprovado o acordo de delação premiada com a PGR. A segunda etapa é a confirmação desses dados, em depoimentos.

No "anexo", Joesley descreve que o seu relacionamento com Temer começou em 2010, quando foi apresentado ao peemedebista pelo ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi. Segundo Joesley, Rossi lhe disse "que era afilhado político de Michel Temer e operava com ele no Porto de Santos".

Durante a campanha eleitoral de 2010, na qual Temer era o vice na chapa de Dilma Rousseff (PT), segundo Joesley, o atual presidente pediu que ele pagasse R$ 3 milhões "em propinas", que foram divididas da seguinte forma: R$ 1 milhão "através de doação oficial" e R$ 2 milhões para a empresa Pública Comunicações por meio de duas notas fiscais.

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A reportagem apurou que há uma empresa com nome semelhante, Pública Comunicação, em nome do marqueteiro. Nos registros da TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não existem contratações da Pública

Na mesma época, Joesley "concordou com o pagamento de uma propina" de R$ 240 mil à empresa Ilha Produções.

Segundo Joesley, após a eleição de Temer na campanha de 2010, o empresário esteve com o vice-presidente "em múltiplas ocasiões, não menos que 20 vezes, ora em seu escritório de advocacia, ora na residência de Temer e ora ainda no Palácio do Jaburu", em Brasília.

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Nesse período, segundo Joesley, Temer "pediu que pagasse a ele mensalinho de 100 mil reais", além de mais R$ 20 mil ao então secretário-executivo do ministério, Milton Ortolan. Joesley disse que "aquiesceu e determinou o pagamento, que foi feito dissimuladamente por cerca de um ano".

CAMPANHA DE CHALITA

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Durante a campanha eleitoral de 2010 para a Prefeitura de São Paulo, segundo Joesley "Temer voltou a solicitar o pagamento de 3 milhões de reais para a campanha do então candidato Gabriel Chalita", do PMDB. "Os valores foram pagos por meio de caixa 2, mediante diversas notas fiscais, conforme planilhas a serem anexadas."

Segundo Joesley, seu relacionamento com Temer "se estreitou". Durante o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, Joesley disse que Temer o convidou "para uma reunião no escritório jurídico" do então vice, nos Jardins, em São Paulo.

"[Temer] pediu a JB [Joesley] propina no valor de R$ 300 mil para pagar despesas de marketing político pela internet, pois o mesmo estava sendo duramente atacado no ambiente virtual", diz o "anexo" entregue por Joesley.

O empresário disse que "prometeu pagar a propina e Temer orientou JB [Joesley] fazê-lo a 'Elcinho' [Elsinho] marqueteiro de sua confiança. JB [Joesley] chamou então 'Elcinho' em sua casa e lhe entregou os 300 mil em espécie", afirma o "anexo".

A reportagem procurou as pessoas citadas por Joesley. O telefone celular de Mouco estava desligado. O Palácio do Planalto pediu que as perguntas fossem encaminhadas por escrito e não houve um retorno até o fechamento deste texto.

Wagner Rossi foi procurado por e-mail, mas não houve retorno até a conclusão do texto. A reportagem não conseguiu contato com Gabriel Chalita e com Milton Ortolan.

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