GUSTAVO URIBE E BRUNO BOGHOSSIAN
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - No momento em que estava em reunião para definir estratégia de reação à nova crise política, o presidente Michel Temer enfrentou protesto e buzinaço do lado de fora do Palácio do Planalto.
Com cartazes e bandeiras, um grupo de cerca de cinquenta manifestantes pediu a saída do peemedebista do cargo e a realização de uma eleição direta.
O protesto foi acompanhado pelo som de buzinas de motoristas que passaram em frente à sede administrativa do governo federal.
Os manifestantes iniciaram o protesto na calçada do Palácio do Planalto. Eles, no entanto, foram afastados pela Polícia Militar, que foi acionada por determinação da equipe de segurança da Presidência da República.
Com spray de pimenta, manifestantes foram retirados e levados para a Praça dos Três Poderes, onde continuaram a manifestação.
Com o protesto, a segurança das saídas do Palácio do Planalto foi reforçada. Para evitar os manifestantes, ministros e parlamentares deixaram o local pela garagem dos fundos.
Segundo relatos de presentes, no gabinete presidencial, Temer estava visivelmente preocupado e incomodado, mas tentou transparecer calma e agradeceu o apoio de assessores e aliados. "A vida segue e amanhã cumpro agenda cedo", disse.
Em uma tentativa de reação, Temer se reuniu com o ministros, políticos aliados e com o núcleo de comunicação do Palácio do Planalto para preparar um posicionamento público.
A ordem é minimizar as acusações, passar um clima de normalidade institucional e defender que é necessário aguardar a divulgação das eventuais gravações.
Nos bastidores, contudo, assessores e auxiliares reconhecem que, caso os áudios venham a público, podem criar a pior crise enfrentada até o momento pela gestão peemedebista, com potencial de afetar a fidelidade da base aliada.
A avaliação é de que podem também fomentar os partidos de oposição a pressionarem por seu impeachment, já que o episódio ocorreu durante o mandato presidencial.
Um auxiliar de Temer, no entanto, lembra que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não é Eduardo Cunha e que, portanto, "dificilmente um pedido prosperará".
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