SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Delação premiada de executivos do grupo o grupo J&F, proprietário da marca JBS, menciona o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como contato com o PT.
Divulgada pelo jornal "O Globo", a afirmação foi confirmada pela reportagem.
Segundo um dos donos do conglomerado, o empresário Joesley Batista, havia na JBS uma espécie de conta corrente para o partido dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Era dessa conta que saíam propinas para parlamentares petistas, segundo a delação, com a intermediação do ex-ministro Guido Mantega, O mais longevo ministro a comandar a economia do país, de 2006 a 2014.
O advogado de Mantega não quis falar sobre o assunto.
Em entrevista à Folha de S.Paulo neste mês, o ex-ministro negou envolvimento com irregularidades e afirmou que acusações como as de executivos da Odebrecht eram "ficções" para conseguir fechar delação premiada, histórias "inverossímeis" e sem provas.
AÉCIO E TEMER
Os executivos da JBS também acusam o senador Aécio Neves de pedir R$ 2 milhões a Joesley e o presidente Michel Temer de concordar com suposto suborno do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Ambos os políticos teriam sido gravados
As fitas, segundo executivos do J&F, foram entregues à Procuradoria-Geral da República (PGR). Devem integrar acordo de delação premiada, que aguarda homologação do ministro do Supremo Edson Fachin.
Segundo o jornal "O Globo", Mantega é apontado como o operador dos interesses do grupo no BNDES (bando de fomento que é sócio de empresas do J&F).
As supostas irregularidades na concessão de recursos do BNDES para as empresas de Joesley Batista foram alvo de investigação da PF na última sexta-feira (12).
Em janeiro, uma operação mirou o grupo ao apurar suspeitas de concessão de créditos pela Caixa Econômica.
Joesley teria dito à força-tarefa da Lava Jato que o então presidente do BNDES, Luciano Coutinho, não facilitava as negociações, mas parecia sofrer a influência de Guido Mantega.
Em relação a Lula, segundo a publicação, Joesley narrou um encontro em que queixou-se ao ex-presidente dos altos valores de doações para campanhas eleitorais, inclusive em caixa 2. Segundo ele, Lula não respondeu.
A JBS foi a maior doadora para campanhas políticas dentre as empresas brasileiras na última eleição.
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