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Odebrecht usou 30 contas no exterior para pagamentos paralelos, diz delator

LETÍCIA CASADO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ex-executivo da Odebrecht Fernando Migliaccio disse em delação premiada que a empreiteira utilizou de 30 a 40 contas não declaradas no exterior "para operacionalizar os pagamentos paralelos". Ele também contou

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 17.05.2017, 00:10:02 Editado em 18.05.2017, 00:09:49
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LETÍCIA CASADO

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ex-executivo da Odebrecht Fernando Migliaccio disse em delação premiada que a empreiteira utilizou de 30 a 40 contas não declaradas no exterior "para operacionalizar os pagamentos paralelos".

Ele também contou que a empresa armou um esquema para transferir ao Brasil dinheiro ilícito gerado no exterior que serviria para pagar propina aqui.

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Segundo o delator, apenas no segundo semestre de 2015 -com a Lava Jato em curso e Marcelo Odebrecht preso-, a empreiteira transferiu US$ 25 milhões ao Brasil.

Para trazer o dinheiro de volta ao país, outro executivo, Marcos Grillo, forjou um contrato para justificar a transferência dos recursos depositados em vários bancos, afirmou Migliaccio.

A Odebrecht, disse ele, apresentou o contrato aos setores de compliance das instituições financeiras.

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Migliaccio era funcionário do alto escalão do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, apelidado pelos investigadores da Lava Jato de "departamento da propina". Era essa a área da empresa responsável por organizar o pagamento de propina aos políticos e funcionários públicos.

Eles usavam um sistema de informática ("Drousys") criado para fazer a contabilidade da propina.

Migliaccio contou que, por causa da Lava Jato, a cúpula da Odebrecht decidiu no fim de 2014 encerrar esse software. Mas, antes disso, "foi criado um espelho do Drousys, o qual se chamava Riadec", para que ele continuasse a operar e para que pudesse fechar as contas no exterior "e remeter novamente os valores para as empresas do grupo".

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Migliaccio usou o "Riadec" até janeiro de 2016, pouco antes de ser preso, em fevereiro.

Ele disse que, para que os pagamentos fossem realizados pelo setor de operações estruturadas, a Odebrecht gerava caixa no exterior "via planejamento fiscal". A Folha de S.Paulo antecipou que a Odebrecht criou uma área para gerar fluxo de caixa para pagar propina.

O delator foi preso na Suíça em fevereiro de 2016, na 23ª fase da Operação Lava Jato, a "Acarajé".

A colaboração de Migliaccio foi homologada em 30 de janeiro, mas os documentos se tornaram público na noite desta terça (16).

Ele vai pagar R$ 5 milhões em multa e devolver 8 quilos de ouro, entre outras coisas.

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