CATIA SEABRA E MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin PSDB), disse nesta segunda (15) em Nova York que está "preparado" e tem "vontade, agenda, programa, aliança e conhecimento" para ser candidato à Presidência em 2018. O governador está na cidade para apresentar a investidores um programa de privatizações, concessões e parcerias no Estado.
Com objetivos semelhantes, o prefeito da capital, João Doria, também está em Nova York, onde cumpre uma agenda intensa de encontros com empresários. Os dois tucanos estão envolvidos numa competição velada para conquistar apoios -numa espécie de "prévias antecipadas".
Num café da manhã promovido pela Fundação Getulio Vargas, Doria evitou protocolarmente afirmar que é candidato ao Planalto. Mas as reações da plateia e de alguns palestrantes, como o ex-presidente do Banco Central (1983-1985) Carlos Geraldo Langoni não deixaram dúvidas quanto às simpatias pelo nome do prefeito.
Aplaudido de pé, ele apresentou-se como um gestor com experiência empresarial e procurou desvincular-se da "velha política". Disse que pretende levar para a administração pública princípios de gestão da iniciativa privada.
Langoni elogiou a atitude do tucano em defesa de um Estado "minimalista" e disse estar animado com a "renovação política" em curso no país, "que nos enche de esperança". Afirmou que Doria, "com sua força interior", surge como uma "estrela crescente da política brasileira".
Na viagem, o prefeito tem um bônus em relação ao governador --ele foi agraciado com o prêmio Homem do Ano (Person of the Year) pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, que será entregue num jantar, nesta terça (16), no Museu de História Natural.
Depois de um almoço em Wall Street para comemorar os 15 anos de participação da Sabesp na Bolsa de Valores dos EUA e apresentar oportunidades para empresários, Alckmin disse que estará presente ao jantar para homenagear seu correligionário, que definiu como a "noiva" da noite.
Apesar de declarar-se pronto para concorrer, Alckmin ponderou que "esse assunto encurta o governo atual" e deveria ser evitado no momento. Para que as reformas possam ser aprovadas.
Após o almoço em Wall Street, o governador defendeu a realização de prévias no partido. O prefeito também tinha seguido a mesma linha no café da manhã, quando criticou caciques políticos e rememorou sua trajetória vitoriosa --apesar de muitos terem avaliado que ele era "um riquinho" com poucas chances.
Ele encerrou seu discurso de 35 minutos dizendo que sua bandeira "não é vermelha, é verde e amarela".
No final da tarde, Doria disse que se Alckmin for escolhido para ser candidato terá seu apoio, mas "quem vai definir é a população; será candidato do PSDB aquele que tiver melhor posição nas pesquisas e competitividade, inclusive para enfrentar Lula".
Não por acaso, ele tem insistido em bater no ex-presidente -a quem havia chamado de "covarde"no domingo.
Antes de falar aos jornalistas, a equipe do prefeito divulgou nas redes sociais uma entrevista concedida ao jornal "Financial Times" -antes do próprio diário britânico- na qual diz que o novo presidente precisará ter perfil de gestor. E acrescenta: "Cada coisa tem seu tempo: 2018 em 2018".
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