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Para Mônica Moura e João Santana, Palocci era 'mineiro'

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, contou a investigadores da Operação Lava Jato que o ex-ministro Antônio Palocci era chamado pelo casal de "mineiro". "[Antônio] Palocci era mineiro porque era mineiro demais:

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 12.05.2017, 21:45:04 Editado em 12.05.2017, 21:45:07
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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, contou a investigadores da Operação Lava Jato que o ex-ministro Antônio Palocci era chamado pelo casal de "mineiro". "[Antônio] Palocci era mineiro porque era mineiro demais: ele tava sempre ali, na moita. Ele nunca se expõe, nunca diz sim, nunca diz não", disse.

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De acordo com ela, Santana costumava dar apelidos para despistar evidências da origem do dinheiro recebido pelo casal, já que a maior parte não era declarada à Justiça eleitoral.

Esse cuidado era tomado especialmente a pedido de Santana, que reprimia a mulher quando ela usava o nome verdadeiro de políticos. "Como eu tinha um hábito de anotar tudo em agenda, o João ficava falando: 'Não fica anotando o nome das pessoas assim: [Antônio] Palocci, R$ 1 milhão, do lado'", disse.

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Palocci, que na lista da construtora Odebrecht aparece como "italiano", era um dos principais interlocutores do PT com o casal durante a reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.

De acordo com a delatora, foi com ele que foram acertados os pagamentos e os valores cobrados para fazer a campanha eleitoral.

Mônica revelou ainda outros dois apelidos, um deles para Juscelino Dourado, que trabalhava com o ex-ministro petista e também foi responsável por pagamentos. "O Juscelino para gente era madre porque ele era muito religioso, muito certinho. Tipo coroinha de igreja", disse.

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Já o ex-executivo da Odebrecht Pedro Novis era apelidado de "Cae", pelo fato de ele ter relatado ao casal ter amizade com o cantor baiano Caetano Veloso.

Apesar dos apelidos serem usados como disfarce, Mônica explicou que não havia, à época, "tanto cuidado" em tratar de pagamentos "como existe hoje, após a Lava Jato", afirma.

Questionada por investigadores, Mônica negou ter conhecimento de que o dinheiro pago ao casal era proveniente de corrupção. Contudo, a delatora disse a procuradores "desconfiar" que havia alguma "negociata" entre a empreiteira Odebrecht e o PT.

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"Eu imaginava que havia negociatas entre eles para a Odebrecht pagar para a gente um valor tão considerável sem ser registrado, por fora. Eu imaginava que era de superfaturamento de obras", disse.

A delatora, responsável pela contabilidade das Pólis, empresa do casal, disse ainda que era "uma loucura" gerenciar os valores gastos e o dinheiro recebido ao longo do trabalho prestado.

"O dinheiro oficial era muito pequeno e eu tinha que ter lucro. Como é que eu ia explicar: você fez uma campanha e não tinha lucro?", disse. De acordo com Mônica, o lucro era mantido em contas fora do país, mas era preciso deixar no Brasil algum valor comprovando os ganhos da empresa para evitar suspeitas.

Ela contou aos investigadores que parte dos pagamentos feitos pelo PT e pela Odebrecht era em espécie e outro montante em contas no exterior.

Questionada por procuradores se ela nunca se questionou sobre a origem do dinheiro, Mônica disse que era "muito difícil" fazer esse tipo de pergunta.

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