RAFAEL BALAGO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em sua delação premiada, a empresária Mônica Moura disse que o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) pagou R$ 400 mil reais via caixa 2 por uma série de inserções de TV que seu marido, João Santana, produziu para o PT do Rio em 2013. Metade desse valor teria sido pago dentro da casa de Farias, no Leblon.
Farias convidou Santana para produzir os vídeos para a propaganda partidária do PT na TV em 2013. Ele buscava a candidatura ao governo estadual no ano seguinte e queria fortalecer seu nome. Assim, fez um acordo com o partido para ser a figura principal dos programas.
"Conversei com um assessor dele [Farias], chamado Fausto. O orçamento era de R$ 600 mil. Ele disse que o PT do Rio não tinha como pagar esse valor todo e perguntou se eu aceitava receber parte por fora", disse Moura.
O acerto feito entre os dois previu o pagamento de R$ 200 mil de forma oficial e mais R$ 400 mil a serem custeados pela empreiteira OAS.
"Fui procurada por um assessor do Léo Pinheiro, um rapaz chamado Mateus Coutinho, e combinamos a entrega desse dinheiro. Teve duas entregas, de R$ 200 mil cada uma, as duas feitas pelo Mateus. Uma delas foi em um hotel que eu estava hospedada, em Santa Teresa. A outra, a gente foi fazer uma gravação com o Lindbergh na casa dele, no Leblon. Lá ele [Mateus] foi, chegou, fomos pra um canto e ele me entregou um pacotinho. R$ 200 mil reais", relatou Moura.
De acordo com ela, as duas entregas foram feitos num intervalo de dez dias. Parte dos pagamentos pelos serviços, como motoristas, câmeras e iluminação, foi feita sem nota fiscal.
Farias disputou a eleição para governador do Rio em 2014, mas teve 10% dos votos e não foi ao segundo turno, vencido por Luiz Fernando Pezão (PMDB). Santana declinou o convite para assumir essa campanha para cuidar da reeleição de Dilma.
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