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'Maduro me pagou caixa 2 quase toda semana', diz mulher de Santana

LETÍCIA CASADO, CAMILA MATTOSO E RUBENS VALENTE BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, declarou em vídeo no seu acordo de delação premiada que recebia recursos em caixa dois das mãos do atual presidente da Venezuel

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 12.05.2017, 19:15:07 Editado em 12.05.2017, 19:15:09
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LETÍCIA CASADO, CAMILA MATTOSO E RUBENS VALENTE

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, declarou em vídeo no seu acordo de delação premiada que recebia recursos em caixa dois das mãos do atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, "quase semanalmente" e "em malas de dinheiro".

Segundo Monica, as entregas ocorreram em 2012 no gabinete de Maduro, então ministro das Relações Exteriores, e "às vezes" no Palácio de Miraflores, sede do governo federal. Os recursos eram usados para o trabalho de marketing da campanha presidencial de Hugo Chávez, morto em 2013.

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"O Maduro me pagou quase semanalmente, ele me entregava dinheiro na própria Chancelaria, lá no prédio da Chancelaria, às vezes no Palácio de Miraflores. Às vezes ele me chamava na Chancelaria, eu ficava lá horas esperando... O próprio Maduro, entregue [das] mãos dele malas de dinheiro. Várias", disse Monica.

Segundo a mulher do marqueteiro, para dar proteção Maduro mandava ir buscá-la em "um carro blindado, um carrão preto, aquelas camionetes de roqueiro americano, funkeiro, sei lá, rapper americano, com mais dois carros, um na frente e outro atrás, me levava para a Chancelaria, entrava pela garagem e os seguranças subiam comigo para a sala dele e eu ficava lá me esperando".

"Tomava um monte de 'chá de cadeira' do Maduro. Eles não têm o menor compromisso com horário. Depois ele me chamava na sala dele, conversava um pouquinho, uma conversa fiada de política, depois me entregava o dinheiro. Ele próprio, não mandava ninguém entregar. Ele entregava o dinheiro. Depois descia na garagem com os seguranças e me levavam ao hotel."

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No hotel, Monica se encarregava de dividir os recursos com outros membros da campanha e também com a mulher do jornalista Franklin Martins, ex-ministro de Lula. Franklin havia sido contratado para fazer a parte de internet da campanha de Chávez, trabalho orçado entre US$ 8 milhões a US$ 10 milhões, segundo a publicitária. Monica disse que entregou à mulher de Franklin cerca de US$ 2,4 milhões, dinheiro proveniente de Maduro, e o resto pode ter ficado como uma dívida não quitada.

Monica contou que os valores entregues por Maduro variavam. Em uma vez, recebeu US$ 800 mil em espécie. Ao todo, segundo seu termo de colaboração, a agência de marketing de Mônica recebeu cerca de US$ 11 milhões em espécie e em caixa dois. Ela disse que tinha "pavor" por carregar tanto dinheiro em espécie e por isso andava para todo lado com pelo menos um segurança.

"Eu morria de medo, eu tinha pavor do que podia acontecer. Mas eu ia fazendo, ia tocando, entendeu?", disse Mônica.

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A publicitária afirmou que todo o trabalho de marketing foi realizado sem registro de contrato com a campanha chavista. "Nunca tivemos contrato na Venezuela, passei os seis, oito meses que eu trabalhei lá, indo e vindo, atrás de um contrato, que eles escapavam pela tangente e nunca foi feito. Foi toda paga em caixa dois a campanha da Venezuela."

A campanha foi quitada de duas formas, segundo Mônica: parte em espécie, entregue por Maduro, e parte paga no exterior pelas empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez. O acerto sobre essa forma de pagamento, segundo Monica, foi feito na presença de Nicolás Maduro, antes da campanha.

Monica disse que a campanha ainda ficou devendo cerca de US$ 15 milhões, que nunca foram pagos. Ela disse que tentou contato com Maduro e outros dois ministros que participaram das negociações, cujos nomes disse não se lembrar, mas eles não davam mais retorno desde que Maduro assumiu a Presidência, após a morte de Chávez.

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