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ATUALIZADA - Demitido, ex-chefe da Funai diz que órgão vive 'ditadura'

RUBENS VALENTE BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Exonerado nesta sexta-feira (5), o ex-presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio) Antonio Fernandes Costa afirmou que o órgão "vive uma ditadura" e que "ingerências políticas" do líder do governo no Congress

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 05.05.2017, 21:05:09 Editado em 05.05.2017, 23:05:54
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RUBENS VALENTE

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Exonerado nesta sexta-feira (5), o ex-presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio) Antonio Fernandes Costa afirmou que o órgão "vive uma ditadura" e que "ingerências políticas" do líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE), levaram à sua destituição.

Costa afirmou que saiu do órgão por ser honesto e não concordar com "malfeitos". Ele disse que rejeitou nomes sem qualificação técnica que o líder do governo queria empregar na Funai.

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"O povo brasileiro precisa acordar, o povo brasileiro está anestesiado. Nós estamos prestes a instalar nesse país uma ditadura que a Funai já está vivendo. Uma ditadura que não permite ao presidente da Funai executar as políticas institucionais."

Costa acusou Osmar Serraglio, ministro da Justiça, de ser "ministro de uma causa", em referência ao agronegócio, e disse que ele concorreu para sua exoneração. "Os povos indígenas precisam de um ministro que faça justiça, não que penda para um lado."

Afirmou ainda que o esvaziamento da Funai, com a crescente perda de recursos e servidores, poderá levar a "uma grande catástrofe internacional", em especial no sistema de proteção a índios isolados na Amazônia.

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O ex-presidente da Funai disse que há um plano para acabar com a fundação. "Se estou saindo é porque estou lutando a favor do índio. Meu compromisso é com o povo indígena, não com políticos."

Em nota, Serraglio confirmou que o governo cobrou de Costa medidas para liberar a construção de uma linha de energia que vai atravessar uma terra indígena em Roraima (terra waimiri-atroari, entre Amazonas e Roraima).

A obra é controversa. Avaliada em R$ 2 bilhões, prevê cerca de 250 torres de energia em território indígena e já foi embargada a pedido do Ministério Público Federal e depois liberada pela Justiça.

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Os indígenas não concordam com o empreendimento. Também há um grupo de índios isolados na região que pode ser afetado pela obra.

O ministro disse que foi incumbido de resolver o caso por Michel Temer, mas Costa teria retardado uma solução.

Serraglio disse que muitas questões não vinham sendo tratadas com urgência, "o que corrobora a necessidade de uma melhor gestão".

De acordo com um texto divulgado pelo governo de Roraima, em dezembro de 2015 o Ibama emitiu uma licença prévia para o empreendimento, mas a Funai não emitiu a documentação para a emissão da licença de instalação.

André Moura não foi localizado pela reportagem.

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