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ATUALIZADA - Morre jornalista Carlos Chagas, influente comentarista de política

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Morreu nesta quarta (26) aos 79 anos o jornalista Carlos Chagas. Um dos comentarista mais influentes da política brasileira, Chagas teve um aneurisma na aorta. Nascido em Três Pontas (MG) em 1937, faria 80 anos no dia 20 de ma

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 26.04.2017, 19:05:04 Editado em 26.04.2017, 19:05:05
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Morreu nesta quarta (26) aos 79 anos o jornalista Carlos Chagas. Um dos comentarista mais influentes da política brasileira, Chagas teve um aneurisma na aorta. Nascido em Três Pontas (MG) em 1937, faria 80 anos no dia 20 de maio.

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Carlos Chagas teve uma extensa carreira como jornalista político. Alguns de seus momentos de maior visibilidade vieram do período em que trabalhou como secretário de Imprensa do general Costa e Silva, durante a ditadura militar (1964-1985).

Foi um período de acirramento da repressão política. Sob o comando de Costa e Silva, foi baixado o Ato Institucional número 5 (AI-5), que eliminou algumas liberdades individuais que haviam sobrevivido ao golpe de 1964.

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Chagas foi o porta-voz destas e outras medidas draconianas. Mais tarde, aproveitou sua intimidade com os bastidores do poder para produzir uma série de 20 reportagens que ganhou o prêmio Esso de Jornalismo de 1970.

Intitulado "113 dias de Angústia - Impedimento e Morte de um presidente", depois transformado em livro, o trabalho abordava o dia a dia de Costa e Silva até sua morte (1969).

Segundo Chagas, apesar da fama de linha dura, Costa e Silva pretendia dar passos rumo à democratização do país, chocando-se várias vezes com a ala mais dura do regime.

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Formado em direito pela PUC do Rio e professor da Universidade de Brasília durante 25 anos (ministrou cursos de Ética dos Meios de Comunicação e História da Imprensa), Chagas ingressou no jornalismo em 1958 como repórter de "O Globo", ao mesmo tempo em que estudava.

Helena Chagas, uma de suas duas filhas e que também ocupou cargo similar ao do pai no primeiro governo Dilma Rousseff, revela o motivo da conversão definitiva. "Depois de se formar, papai passou no concurso para o Ministério Público no Rio", conta. "Um dia, ele foi encarregado de processar uma pessoa humilde acusada de uma transgressão de pequena importância. Então ele disse: não posso processar este homem". E decidiu abandonar o posto de promotor para se dedicar integralmente aos meios de comunicação.

Na mídia impressa, Chagas trabalhou também durante 18 anos em "O Estado de S. Paulo" e escreveu colunas para vários jornais. Também foi autor de livros como "O Brasil sem Retoque - 1808-1964"; "Carlos Castello Branco: o Jornalista do Brasil"; e "Resistir É Preciso".

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Chagas teve extensa carreira em outros veículos de mídia. Trabalhou na CNT, na extinta Rede Manchete, na Rede TV e no SBT. No rádio, fez comentários na Jovem Pan.

O fato de ser identificado como conservador, sobretudo pela experiência no regime militar, não impediu Chagas de atuar com o brizolismo. Coube a ele ancorar programas políticos de Leonel Brizola quando este se candidatou a presidente, nas eleições de 1989.

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Segundo Helena, os dois eram muito amigos. Chagas não cobrou nada pela tarefa. E votou em Brizola mais por laços de amizade do que por alinhamento ideológico, diz a filha. "O círculo de amizades do papai sempre foi muito ecumênico, até pela sua condição de jornalista político".

Além da Helena, Carlos teve a filha Claudia, que trabalha no Ministério Público e integra a equipe de procuradores do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Deixa também a mulher, a terapeuta Enila, com quem estava casado havia 57 anos, quatro netos e dois bisnetos.

O corpo será velado na manhã desta quinta-feira (27), no cemitério Campo da Esperança, em Brasília. O enterro será à tarde.

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