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ATUALIZADA - Rio paga advogado de ex-secretário preso na Lava Jato

ITALO NOGUEIRA RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O governo do Rio pagou em janeiro deste ano R$ 28.059,09 ao ex-secretário de Obras Hudson Braga para que custeasse despesas com advogados. Ele foi preso em novembro em desdobramento da Operação Lava Jato no

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 19.04.2017, 20:30:08 Editado em 19.04.2017, 20:30:10
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ITALO NOGUEIRA

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O governo do Rio pagou em janeiro deste ano R$ 28.059,09 ao ex-secretário de Obras Hudson Braga para que custeasse despesas com advogados. Ele foi preso em novembro em desdobramento da Operação Lava Jato no Rio sob suspeita de cobrar 1% de propina em cada contrato da pasta.

O repasse, revelado pelo blog do jornalista Ruben Berta, foi autorizado pelo governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), em 28 de dezembro do ano passado.

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Braga, apontado como o responsável pela "taxa de oxigênio", maneira pela qual os envolvidos no esquema se referiam à propina, recorreu a uma lei aprovada em 2013 que autoriza o ressarcimento de honorários advocatícios a autoridades que respondam por atos no exercício do cargo.

O despacho de Pezão no "Diário Oficial" não indica a quais processos se referem os ressarcimentos autorizados -Braga responde a outros processos não-relacionados à Operação Lava Jato.

A lei estadual exige a publicação da informação, bem como dos advogados contratados.

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A reportagem apurou que as solicitações de ressarcimentos de Braga ocorreram antes da Operação Calicute.

Deflagrada em 17 de novembro do ano passado, ela prendeu além de Braga, o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), o ex-secretário Wilson Carlos e outros envolvidos no esquema. Todos acusados de obter propinas em obras públicas.

O primeiro pedido de Braga ao Estado ocorreu em julho de 2013, logo após a aprovação da lei estadual. Por este pedido, Braga recebeu R$ 6.348,94.

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O segundo foi feito no dia 8 de novembro de 2016, nove dias antes da deflagração da operação que prendeu os acusados. Neste caso, recebeu R$ 21.710,15.

A lei estadual só permite o ressarcimento após indiciamento em inquéritos, o que não havia ocorrido na Lava Jato no momento do pedido.

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INCONSTITUCIONAL

Logo após a aprovação, o Ministério Público do Rio propôs uma ação de inconstitucionalidade contra a lei. O Tribunal de Justiça do Rio, contudo, a considerou constitucional.

O trâmite do pedido, após a aprovação de Pezão, foi ágil. O empenho (destinação da verba) ocorreu no dia 3 de janeiro deste ano e o pagamento, dez dias depois.

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Neste período, servidores estaduais já sofriam com atrasos constantes nos salários.

Em nota, o governo do Rio afirmou que "os ressarcimentos são relativos a honorários advocatícios oriundos de processos judiciais referentes à gestão dele na Secretaria de Obras, na forma prevista na lei estadual".

O Estado não explica por que as informações sobre processos e nome dos advogados foram omitidos do "Diário Oficial", como manda a lei.

De acordo com o Portal Transparência do Estado, ele é o único acusado da Lava Jato a recorrer à medida.

Braga era o braço-direito de Pezão no governo. Foi subsecretário de Obras quando o peemedebista era o titular da pasta. Assumiu após o então vice-governador assumir a Coordenadoria de Infraestrutura do Estado.

Em 2014, foi um dos coordenadores da campanha do peemedebista ao governo. Depoimentos de executivos da Carioca Engenharia apontam que Braga chegou a cobrar "taxa de oxigênio" dentro do comitê de campanha de Pezão.

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