BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Alencar disse em sua delação premiada que o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) recebeu R$ 175 mil por seus "desempenho e conduta" e, por isso, a empreiteira gostaria de tê-lo como "futuro parceiro".
O deputado ganhou notoriedade ao defender o Ministério Público no embate travado com a Câmara durante a tramitação do projeto que estabelecia as dez medidas de combate à corrupção. Ele foi o relator da matéria na Casa.
A investigação foi autorizada pelo relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Edson Fachin, no dia 4 de abril.
"Consoante o Ministério Público, o colaborador narra que se aproximou do parlamentar investigado, dizendo a ele em reunião que 'estamos percebendo o seu desempenho, a sua conduta, e nós gostaríamos de termos aí como um parceiro futuro nas suas atividades como deputado federal'", diz trecho do inquérito que investigará Lorenzoni.
Segundo, a Procuradoria-Geral da República, o repasse foi feito a pretexto de auxílio eleitoral para a campanha de Lorenzoni em 2006.
A operação não foi contabilizada e foi registrada no sistema de informática "Drousys", que controlava as transações do "banco da propina" da Odebrecht.
Para a PGR há indícios da prática do crime de omissão ou declaração falsa para fins eleitorais, o que pode ser penalizado com até cinco anos de prisão.
Lorenzoni negou ter cometido quaisquer crimes ligados às empreiteiras acusadas na Operação Lava Jato.
"Estou indignado e surpreso. Nunca estive na sede da Odebrecht e se alguém descobrir uma foto minha ou qualquer registro de entrada minha na empresa, eu renuncio ao mandato", disse.
Deixe seu comentário sobre: " Relator das medidas contra corrupção, Onyx Lorenzoni é alvo de inquérito"