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Lista fechada dará mais poder a caciques partidários, diz Marina

ISABEL FLECK, ENVIADA ESPECIAL CAMBRIDGE, EUA (FOLHAPRESS) - A líder da Rede, Marina Silva, disse nesta sexta-feira (7) que o modelo de "lista fechada", em que o eleitor escolhe um grupo de candidatos pré-definido pelos partidos, excluirá o cidadão e dar

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 07.04.2017, 12:10:03 Editado em 07.04.2017, 12:10:07
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ISABEL FLECK, ENVIADA ESPECIAL

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CAMBRIDGE, EUA (FOLHAPRESS) - A líder da Rede, Marina Silva, disse nesta sexta-feira (7) que o modelo de "lista fechada", em que o eleitor escolhe um grupo de candidatos pré-definido pelos partidos, excluirá o cidadão e dará "mais poderes para os partidos e para os caciques", numa eventual reforma política.

"No momento em que você tem uma crise como essa, você tem como resposta mais poderes para os partidos, com a ideia do super fundo partidário. Tem mais poderes para os caciques dos partidos, que seria a história do voto na lista fechada. É uma contradição", disse, em palestra no MIT (Massachusetts Institute of Technology), em Cambridge. "O cidadão quer participar e, no entanto, a resposta que tem é de mais exclusão."

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Marina, que foi derrotada nas duas últimas campanhas presidenciais (2010 e 2014), diz defender o financiamento público de campanha, "mas não com o volume [de recursos] que estão propondo". O relator da reforma eleitoral na Câmara, Vicente Cândido (PT-SP), sugeriu a criação de um fundo de R$ 2,2 bilhões em dinheiro público para financiar as campanhas de 2018.

"O argumento é correto de que é preciso prescindir da contribuição de empresas, por todas as razões que a Lava Jato está mostrando. O problema é que a base de cálculo [do fundo partidário] que vai ser feita é com base em muitos dos que foram eleitos pelo abuso do poder econômico", disse, em referência a denúncias de caixa dois na última campanha. "Se é para moralizar o processo, então a base de cálculo não pode ser em cima dos que foram eleitos com base no abuso do poder econômico."

A fundadora da Rede elogiou o trabalho da Lava Jato, que, segundo ela, "está fazendo uma reforma política na prática". A Lava Jato são pessoas que, com uma determinada postura, estão mudando as estruturas. Se a Lava Jato prospera e se são tomadas medidas para promover o respeito às leis para acabar com a expectativa ou a certeza da impunidade, ela vai tornar a política desinteressante para quem quer fazer negócios espúrios com a política", afirmou.

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Questionada se será candidata às eleições de 2018, Marina não descartou a possibilidade, mas disse que está fazendo seu "processo de discernimento" sobre o assunto. "Não tenho como projeto de vida ser presidente do Brasil, tenho como projeto de vida que o Brasil seja um lugar melhor para ser viver", afirmou.

Ela ainda tergiversou ao ser questionada sobre a possível candidatura à presidência do deputado Jair Bolsonaro. "O bom da democracia é que tem espaço para que todos se coloquem", disse.

Sem citar diretamente o processo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, Marina disse esperar que a Justiça Eleitoral seja "exemplar" em relação a denúncias de caixa dois de campanha.

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"A Justiça Eleitoral precisa ser exemplar em relação aos crimes eleitorais, para que essas coisas não aconteçam [mais]", disse, acrescentando críticas as discussões sobre anistia ao caixa dois de campanha. "Caixa dois é um crime eleitoral."

Marina ainda disse não ser possível "concordar com medidas que estão sendo tomadas para inibir o trabalho da Justiça", como o o projeto de lei que define os crimes de abuso de autoridade, em discussão no Congresso. "O projeto de abuso de autoridade infelizmente é o próprio abuso da autoridade em relação à Lava Jato, querendo frear as investigações", afirmou.

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