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Planalto receia quebra de sigilo em véspera de atos e votação de reforma

GUSTAVO URIBE E BRUNO BOGHOSSIAN BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Com o envio pela Procuradoria-Geral da República dos pedidos de inquérito ao STF (Supremo Tribunal Federal), a equipe do presidente Michel Temer defende que o sigilo seja quebrado ainda nesta se

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 14.03.2017, 19:12:00 Editado em 14.03.2017, 19:15:11
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GUSTAVO URIBE E BRUNO BOGHOSSIAN

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Com o envio pela Procuradoria-Geral da República dos pedidos de inquérito ao STF (Supremo Tribunal Federal), a equipe do presidente Michel Temer defende que o sigilo seja quebrado ainda nesta semana, evitando que ocorra na véspera de protestos de rua ou da votação da proposta da reforma previdenciária.

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Suprema Corte, não tem prazo para decidir se aceita ou não os pedidos feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ou se manterá os casos em sigilo.

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A avaliação no Palácio do Planalto é que a divulgação dos pedidos desgastará inevitavelmente a imagem do governo peemedebista, mas poderá ter um impacto ainda pior caso ocorra nas próximas três semanas, consideradas decisivas pelo presidente.

Nas palavras de um auxiliar presidencial, caso os detalhes sobre os inquéritos venham a público até sexta-feira (17), haverá tempo hábil para "diluir o efeito da divulgação" junto à opinião pública, reduzindo os impactos tanto em votações governistas como em protestos populares.

No dia 26, por exemplo, foi marcada manifestação por movimentos como Vem Pra Rua e MBL (Movimento Brasil Livre) para defender a Operação Lava Jato. O receio é que a eventual presença de ministros na lista, como Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), turbine discursos contrários à gestão peemedebista.

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A última lista apresentada pelo procurador-geral, em março de 2015, foi explorada por movimentos de rua para fortalecer o coro pela saída da então presidente Dilma Rousseff, que sofreu impeachment no ano seguinte.

Na primeira semana de abril, está programada ainda a votação da proposta previdenciária em comissão especial e, até o final do mês, a expectativa é de que ela seja votada no plenário da Câmara.

Nos bastidores, auxiliares e assessores presidenciais temem que o impacto da lista possa atrasar a tramitação, postergando a votação para junho, e estimular traições na base aliada, já identificadas em partidos como PTB, PSB e PSD.

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O entorno do presidente receia ainda a possibilidade de um desgaste no poder de negociação do ministro da Casa Civil, que poderá estar presente na lista de inquéritos, estimulando a inclusão de emendas que alterem o texto original da proposta.

Nos últimos dias, os articuladores políticos do Palácio do Planalto pediram aos principais líderes da base aliada no Congresso que façam avançar os projetos de interesse do governo, em uma tentativa de superar a agenda imposta pelos inquéritos e uma possível sensação de paralisia dentro do Legislativo.

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NORMALIDADE

Em compasso de espera pela quebra do sigilo, o presidente ordenou à equipe ministerial que não precipite qualquer reação aos pedidos de abertura de inquérito antes que seja conhecida a dimensão de seu impacto sobre o governo.

Na tentativa de se deslocar de denúncias, Temer decidiu também que não sairá a público para defender auxiliares e aliados citados em delações premiadas, deixando que cada um apresente seus argumentos. O presidente, segundo auxiliares, pediu que cada caso seja analisado com cautela, para evitar "erros políticos e administrativos" na esteira dessa turbulência.

Para se blindar de cobranças, a tendência é que ele repita que definiu uma linha de corte para demissões e que só afastará definitivamente do governo ministros que se tornarem réus pelo STF.

Para as próximas semanas, o presidente intensificará a agenda de viagens pelo país e pretende coordenar pessoalmente reuniões com a base aliada sobre a reforma previdenciária, evitando que o tema seja afetado pelos pedidos de inquérito.

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