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Procuradores querem cancelar benefícios de Paulo Roberto Costa

MARIO CESAR CARVALHO E GABRIELA SÁ PESSOA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Três meses depois de ser dispensado do uso da tornozeleira eletrônica, o empresário Paulo Roberto Costa pode acabar preso por até oito anos. Isso se o juiz Sergio Moro aceitar um pedid

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 17.02.2017, 14:46:10 Editado em 17.02.2017, 17:51:07
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MARIO CESAR CARVALHO E GABRIELA SÁ PESSOA

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Três meses depois de ser dispensado do uso da tornozeleira eletrônica, o empresário Paulo Roberto Costa pode acabar preso por até oito anos. Isso se o juiz Sergio Moro aceitar um pedido do Ministério Público Federal oficializado no último dia 7 de fevereiro.

O procurador Deltan Dellagnol, responsável pelas investigações da Lava Jato em Curitiba, quer endurecer a pena de Costa e "desconsiderar" os benefícios que ele ganhou por expor as engrenagens do esquema de corrupção na Petrobras. A informação foi antecipada pelo site "BuzzFeed".

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O conteúdo de seu depoimento à Justiça, porém, não será afetado. A lei brasileira que criou a delação premiada prevê que, caso o delator perca os benefícios por mentir, tudo o que revelou continua válido e pode ser usado em ações penais.

O ex-diretor de abastecimento da Petrobras foi o pioneiro nas delações premiadas na operação, em troca de punições mais leves. Ficou cinco meses preso na sede da Polícia Federal em Curitiba, depois cumpriu um ano em prisão domiciliar no Rio. Hoje, está em regime semi-aberto, o que lhe permite sair de casa para trabalhar.

Os fatos que podem complicar o réu remetem ao seu primeiro encontro com a Lava Jato. O Ministério Público Federal afirma que o executivo e seus familiares "impediram e embaraçaram" as investigações na manhã de 17 de março de 2014.

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Os procuradores atestam que Paulo Roberto Costa, as filhas Arianna Azevedo Costa Bachmann e Shanni Azevedo Costa Bachmann, e Marcio Lewkowicz, marido de Arianna, ocultaram provas naquela data. Também mentiram "diversas vezes" em seu interrogatório judicial -por isso, descumpriram as exigências legais dos acordos de colaboração com a Justiça, segundo os investigadores.

O Ministério Público Federal elencou contradições nos depoimentos dos réus sobre os acontecimentos daquele 17 de março, dia em que a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de Paulo Roberto Costa.

Na ocasião, as irmãs Costa Bahmann e Lewkowicz, marido de Arianne, foram até o escritório do executivo, de onde retiraram documentos e dinheiro em espécie enquanto a polícia estava na casa de Costa.

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Todos contaram versões diferentes dos acontecimentos daquele dia quando depuseram aos procuradores quando firmaram os acordos de colaboração premiada.

DELATOR

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Costa revelou dados cruciais para o desdobramento da Lava Jato. Contou que as empreiteiras pagavam de 1% a 3% de propina sobre o valor dos contratos com a Petrobras. Essa quantia era dividida entre PT, PP e os executivos da estatal.

Ele também revelou que sabia do esquema porque foi indicado ao cargo de diretor de abastecimento em 2004 pelo PP, um dos partidos da base do primeiro governo Lula. Permaneceu nessa posição até 2012 e, ao longo desses anos, recebeu apoio do PT e do PMDB.

Com o acordo de delação, Costa devolveu a R$ 79 milhões que estavam depositados em contas secretas na Suíça e nas Ilhas Cayman, um paraíso fiscal no Caribe. Ele também perdeu bens que somam R$ 4,9 milhões, como um terreno no litoral do Rio, uma lancha e um jipe Land Rover Evoque.

A defesa do executivo não respondeu aos contatos da reportagem até a publicação deste texto.

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