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"Filiação política não é impedimento ao STF", diz ex-ministro Eros Grau

GABRIELA SÁ PESSOA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Fora do Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2010, Eros Grau foi professor de dois atuais ministros da corte. Dias Toffoli, indicado em 2009 por Lula, e Alexandre de Moraes, nomeado na segunda (6) por Michel

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 07.02.2017, 14:04:34 Editado em 07.02.2017, 23:46:52
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GABRIELA SÁ PESSOA

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Fora do Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2010, Eros Grau foi professor de dois atuais ministros da corte. Dias Toffoli, indicado em 2009 por Lula, e Alexandre de Moraes, nomeado na segunda (6) por Michel Temer, assistiram a suas aulas na Faculdade de Direito da USP.

Ambos ocupavam cargos no governo quando chegaram ao STF e tinham vinculações partidárias. Toffoli era advogado-geral da União, filiado ao PT. Moraes, Ministro da Justiça filiado ao PSDB.

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"Isso [a ligação com a política] não é impedimento", afirma Grau, por telefone. "Quando a pessoa vai para lá, passa a exercer papel de juízo. Tem vários casos de pessoas que exerceram atividade política e foram para o Supremo depois. Não é relevante."

O ex-ministro cita dois: Paulo Brossard de Souza Pinto (1989-1994), que foi ministro da Justiça, senador e deputado. E Nelson Jobim, que foi deputado antes de chegar ao Supremo e tornou-se ministro da Defesa no segundo mandato de Lula, após sair da corte.

Sobre Moraes, Grau diz que o novo ministro é "preparado" e deseja a ele "prudência sempre" nas duas décadas em que, aposta, ficará no cargo.

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"Estamos em 2017. Ele tem que ser prudente também em 2037, quando ainda vai estar lá. Não existe processo mais importante do que o outro: a Lava Jato é tão importante quanto o habeas corpus de alguém que foi preso porque estava usando maconha e chegou até o Supremo", afirma.

Indicado por Lula em 2004, Grau foi filiado ao Partido Comunista Brasileiro, o "partidão", nos anos 1960. Foi preso durante a ditadura e escreveu uma obra que é referência no pensamento jurídico após a redemocratização. Em entrevista ao blog do jornalista Fernando Rodrigues, durante a campanha eleitoral de 2014, disse sempre ter sido "ligado ao PSDB" e que pretendia colaborar com Aécio Neves, caso o tucano fosse eleito.

Na ocasião, o ex-ministro foi um dos signatários de um manifesto intitulado "Esquerda Democrática com Aécio".

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ENTIDADES

Para Roberto Carvalho Veloso, presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais), é preciso relativizar a relação de ministros do STF com a política. "O Supremo já teve vários ministros que, apesar de serem filiados a partidos, foram excelentes. Esperamos que ele desempenhe bem o cargo", disse.

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A associação havia encaminhado uma lista tríplice de magistrados ao Planalto, escolhida pelos associados. Advogavam pela escolha de Sérgio Moro, Reinaldo Soares e Fausto de Sanctis.

"A carreira estava na expectativa de que houvesse a nomeação de um juiz federal de carreira, mas a vida não encerra com essa indicação. Outras virão, e continuaremos nossa luta para que a magistratura federal seja representada no Supremo. Não deixaremos de reivindicar isso", diz Veloso. "O que não podemos é, diante do fato consumado, ficar levantando bandeira."

Em nota, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) afirmou não ter candidatos para a sucessão de Teori Zavascki —vaga ocupada agora por Moraes. A entidade diz defender que os indicados "cumpram os requisitos constantes na Constituição Federal, tais como conduta ilibada e notório saber jurídico, preferencialmente sem nenhuma vinculação político-partidária, notadamente diante do momento que estamos enfrentando".

"A sociedade brasileira espera que o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, um advogado e reconhecido constitucionalista, uma vez tendo confirmada sua indicação pelo Senado, exerça sua missão no Supremo Tribunal Federal pautada pela necessária independência e de forma absolutamente técnica", encerra o texto assinado por Claudio Lamachia, presidente nacional da OAB.

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