DÉBORA ÁLVARES
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O PT não deverá apoiar Eunício Oliveira (PMDB-CE) na eleição para a Presidência do Senado que ocorre nesta quarta (1º).
Apesar das negociações e acordos para ter o apoio do partido e todas as indicações de que o PT estaria, inclusive, na Mesa Diretora, venceu a tese de que os peemedebistas apoiaram o "golpe" com o impeachment de Dilma Rousseff e, por isso, o partido não pode sustentar a candidatura de Eunício.
A reviravolta ocorreu nos últimos dias e fará com que Eunício, que vem articulando um apoio praticamente unânime na Casa, perca entre 4 e 6 votos nessa reta final.
A bancada petista, com dez senadores, nunca esteve totalmente fechada em torno do nome de Eunício. À época do impeachment de Dilma Rousseff, como revelou a Folha de S.Paulo em dezembro, ocorreu a primeira conversa pelo acordo. Os petistas apoiariam o peemedebista e, em troca, Dilma teve seus direitos políticos salvos.
Apoiados num discurso voltado para a militância, senadores de um núcleo mais tradicional do PT conseguiram mobilizar o partido contra a candidatura de Eunício. Isso depois de até mesmo o ex-presidente Lula ter liberado a sigla a apoiar os nomes governistas.
Ainda não há decisão sobre apoio a uma segunda candidatura. Roberto Requião (PMDB-PR), que apesar de correligionário de Eunício é ferrenho crítico do favorito à presidência, tenta se viabilizar.
Na bancada petista, contudo, há uma avaliação de que apoiar Requião também seria estar ao lado de um peemedebista.
O apoio ao outro candidato, esse confirmado até o momento, José Medeiros (PSD-MT), é considerado inviável. Ele defendeu com unhas e dentes o afastamento de Dilma.
Senadores do partido devem se reunir novamente na manhã de quarta-feira para bater o martelo sobre a posição da bancada, que estará unida.
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