DANIEL CAMARGOS
BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), adotou um discurso populista na cerimônia de posse deste domingo (1º).
Em seu primeiro pronunciamento, o ex-presidente do Atlético-MG pediu "juízo" aos vereadores e disse que governará abrindo mão da distribuição de cargos e empregos. Kalil, porém, encontrará dificuldade, já que na eleição da Câmara o candidato que ele apoiava perdeu a presidência, em votação tumultuada.
Apesar da falta de apoio no Legislativo, a transmissão do cargo foi prestigiada pelo governador Fernando Pimentel (PT) e pelo presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Adalclever Lopes (PMDB).
Kalil pediu ajuda ao governador. "Sabemos da crise do governo estadual, mas sabemos da importância de Belo Horizonte", disse.
Em seu primeiro discurso após a posse, Kalil disse, em tom ríspido, que vai reformular a política da capital mineira. Se dirigindo aos vereadores, afirmou que e tarefa deles é "evitar que porcos pastem com crianças em lixões".
"Vamos levar remédio para o povo, pois todos somos responsáveis por essa gente desesperada", afirmou o prefeito.
Kalil foi eleito com um discurso de que não era político. Apresenta, porém, uma proximidade maior com o grupo petista comandado por Pimentel do que com os tucanos liderados por Aécio Neves.
Os duros embates na disputa do segundo turno entre Kalil e João Leite (PSDB) ainda não cicatrizaram. O novo prefeito rememorou os embates, chamando-os de "campanha sangrenta e desumana sobre a vida íntima".
CÂMARA
O clima foi tenso na votação para o segundo turno da Câmara, com muito protesto da população presente no Teatro Municipal Francisco Nunes. A eleição iniciou sem o retorno de todos os vereadores ao plenário.
O vereador Gabriel Azevedo (PHS) protestou, mas teve seu pedido para recomeçar o pleito ignorado pelo presidente da sessão, o vereador Henrique Braga (PSDB).
Depois de muito protestos e gritaria o tucano Henrique Braga foi eleito com 21 votos. A vitória dele é uma derrota do grupo de Kalil, que apoiou dr. Nilton.
Kalil teve dificuldade para emplacar um nome apoiado por ele para a presidência da Câmara. O principal adversário foi o atual presidente do legislativo, Wellington Magalhães (PTN), que está afastado por determinação judicial, pois é suspeito de articular um esquema de fraude em licitações na Câmara.
Mesmo afastado, Magalhães articulou um grupo de 20 vereadores e conseguiu levar o vereador pastor Henrique Braga (PSDB) ao segundo turno. O candidato de Kalil, o vereador dr. Nilton (Pros) também foi para o segundo turno com 15 votos.
A frente de esquerda, formada por cinco vereadores do PT, PCdoB e PSOL, teve cinco votos.
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