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Cabo eleitoral de Doria, Milton Leite, do DEM, vai presidir a Câmara de SP

ARTUR RODRIGUES, GIBA BERGAMIM JR. E EDUARDO GERAQUE SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com apoio do prefeito João Doria (PSDB), o paulistano Milton Leite (DEM), 60, foi eleito presidente da Câmara Municipal de São Paulo para um mandato de dois anos. Em eleiçã

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 01.01.2017, 17:57:37 Editado em 02.01.2017, 10:02:01
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ARTUR RODRIGUES, GIBA BERGAMIM JR. E EDUARDO GERAQUE

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com apoio do prefeito João Doria (PSDB), o paulistano Milton Leite (DEM), 60, foi eleito presidente da Câmara Municipal de São Paulo para um mandato de dois anos.

Em eleição na tarde deste domingo (1º) logo após a posse dos vereadores, ele obteve 50 dos 55 votos da Casa. Um dos veteranos da Câmara paulistana, Leite foi pivô de um racha dentro do PSDB, ao desbancar um tucano puro sangue, Mario Covas Neto, filho do ex-governador Mario Covas, eleito vereador e que aspirava ao cargo.

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Leite defendeu em seu discurso a necessidade de tomar medidas de redução de gastos e "não esperar que os paulistanos procurem a Câmara e, sim, ir atrás dos paulistanos para tomar as decisões".

Mario Covas Neto (PSDB), Janaína Lima (Novo), com um voto cada, Sâmia Bomfim (PSOL), com dois votos, apresentaram suas candidaturas, mas foram derrotados. O racha do PSDB na cidade levou a cenas constrangedoras. Preterido pelo próprio partido, Neto subiu à tribuna para criticar os colegas de legenda.

"Foi meu dever dizer que o PSDB deveria ficar com a presidência. Não posso me calar diante dessa postura equivocada", disse. "Não espere de nós um amém ", disse ao se referir à sua posição na Câmara, em clara mensagem à gestão Doria. "Chega de conluios e compadrios", afirmou Neto.

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Já o PSOL foi à tribuna para criticar "o golpe", referindo-se à situação nacional, e para atacar a decisão dos colegas de Legislativo de aumentar os próprios salários em 26% na última sessão do ano passado. Janaina Lima foi à tribuna para se apresentar como "representante da mudança e dos que foram às ruas durante os protestos pela saída da presidente Dilma Rousseff (PT). A petista Juliana Cardoso se absteve da votação.

Antonio Donato (PT) será o líder do partido e comandará a oposição, que será composta por 11 vereadores -9 do PT e 2 do PSOL.

Eleito com mais de 100 mil votos nas últimas eleições, atrás apenas de Eduardo Suplicy (PT), Leite ganhou espaço com Doria ao atuar como cabo eleitoral do tucano no extremo sul da cidade. Na última campanha eleitoral, o vereador que entra agora em seu sexto mandato gastou mais do que alguns candidatos a prefeito. No total, foram R$ 2,3 milhões declarados à Justiça Eleitoral.

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A influência dele sobre os demais vereadores pesou na escolha de Doria, que dependerá da Câmara para viabilizar projetos de seu interesse, como a venda do autódromo de Interlagos e do Anhembi, além da concessão de parques municipais e o remanejamento do Orçamento de 2017 deixado pela gestão de Fernando Haddad (PT).

Leite começará sua gestão no Legislativo em meio a uma disputa judicial na qual terá que defender a Câmara. O aumento salarial que os vereadores deram a si mesmos no fim do ano foi barrado pela Justiça em decisão liminar (temporária).

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Na última sessão do ano, eles aprovaram reajuste de 26% nos ganhos -de R$ 15 mil para R$ 18,9 mil. Leite, que votou a favor, disse que já fez economias em seu gabinete. Alega que gastou menos de 30% dos R$ 22 mil mensais da verba de gabinete a que tem direito. Ele disse que vai renunciar ao aumento de seu salário, mas que irá recorrer à Justiça em nome da Casa.

Ligado a empresários de transporte que operam nos extremos da cidade, o novo presidente da Câmara de SP se autodefine como defensor das antigas cooperativas de perueiros, atualmente nas mãos de empresários.

Essa aproximação fez com que o Ministério Público paulista abrisse, em 2006, uma investigação para apurar elo entre o vereador e cooperativas de transporte. O caso, porém, foi arquivado.

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Além disso, o vereador tem forte influência nas discussões sobre os projetos de ocupação do solo da cidade. Durante a lei de zoneamento, ele foi à tribuna para questionar mudanças que permitiriam mais construções em áreas verdes da zona sul.

Leite também se aproximou dos sambistas da cidade. Chegou a retirar uma área de um centro cultural da cidade para construir um novo espaço na escola de samba Estrela do Terceiro Milênio, espaço que frequenta na zona sul. A obra, que ficou conhecido como "Camarote Milton Leite", custou R$ 100 mil aos cofres municipais.

Seu crescimento político de 1996 (quando foi eleito com 33 mil votos) para cá garantiu a eleição de seus dois filhos para cargos eletivos, também pelo partido do pai. Milton Leite Filho se elegeu deputado estadual em 2006 e foi reeleito nas duas disputas seguintes. Já Alexandre Leite se reelegeu deputado federal em 2014.

DORIA NA ZONA SUL

Nas últimas eleições, Leite fez campanha para Doria. Dias antes da vitória do tucano em primeiro turno, o vereador caminhou pelo bairro Piraporinha, um de seus redutos eleitorais, ao lado do então candidato. A aproximação com o tucano o colocou na condição de opção para comandar o Legislativo paulistano.

Pelos cálculos do vereador, Doria terá maioria suficiente para aprovar projetos que dependem de maioria absoluta da Casa -37 de 55 votos. No currículo, Leite compôs a base aliada de dois prefeitos eleitos pelo PT. Apoiou Marta Suplicy de 2001 a 2004 e Fernando Haddad de 2013 a 2016.

Esta foi a segunda vez que tentou ocupar a cadeira de presidente. Em 2010, ele perdeu para José Police Neto (à época no PSDB). Na ocasião, Leite compunha o centrão, grupo de parlamentares que complicou a vida do então prefeito Gilberto Kassab (PSD) para ver seus projetos aprovados. Questionado dias atrás se poderia criar um novo "centrão" nesta legislatura, rebateu. "O DEM é governo. Estamos com Doria."

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