ANA ESTELA DE SOUSA PINTO, ENVIADA ESPECIAL
TÓQUIO, JAPÃO (FOLHAPRESS) - O presidente do Brasil, Michel Temer, e o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, fizeram declarações de mútuo apoio político após encontro na tarde desta quarta (19), no horário local.
Os dois mencionaram o Conselho de Segurança da ONU, no qual, junto com a Alemanha e a Índia, pleiteiam a participação como membros permanentes.
O conselho tem hoje 5 dos 15 membros como permanentes com poder de veto (EUA, França, Reino Unido, Rússia e China).
Em tese, o órgão tem a prerrogativa de autorizar intervenções militares -embora, na prática, isso possa ocorrer mesmo sem o seu consentimento, como na invasão do Iraque pelos EUA, em 2003.
A participação no conselho é importante para o Japão, que trava uma batalha econômica, política e territorial com a China -parceira do Brasil nos Brics, grupo com o qual Temer se reuniu antes desta visita.
Em seu discurso após o encontro com Temer, Abe disse ter trocado opiniões com o presidente brasileiro sobre direito internacional e garantia da paz regional: "O direito de navegar no mar da China é fundamental para a manutenção da paz mundial".
A menção tem como alvo as disputas com o vizinho por territórios no mar que separa os dois países.
Outras pretensões japonesas às quais Temer manifestou apoio público são a reeleição de Yukiya Amano para a Agência Internacional de Energia Atômica e à candidatura japonesa para a Corte Penal Internacional.
Após a declaração de apoio do presidente brasileiro, Abe disse em português "muito obrigado", provocando risos na plateia.
Em retribuição, o primeiro-ministro declarou apoiar a política econômica de Temer e os planos de investimento em infraestrutura no Brasil.
"Queremos fortalecer as relações binacionais, inclusive econômicas. O Brasil é um enorme mercado e abri-lo pode torná-lo atraente."
Temer afirmou em seu discurso que espera que as empresas japonesas "continuem a contribuir para o progresso científico e tecnológico do Brasil".
Terminou dizendo que, no primeiro encontro que ele e Abe tiveram durante reunião do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), "coincidiram em todas as ideias".
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