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Prefeita de Ribeirão é citada outra vez em delação sobre suposta propina

MARCELO TOLEDO RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - A prefeita de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), Dárcy Vera (PSD), foi citada novamente nas investigações da operação Sevandija, que apura o que é, até aqui, considerado o maior escândalo de corrupção

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 18.10.2016, 21:16:15 Editado em 18.10.2016, 21:20:09
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MARCELO TOLEDO

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RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - A prefeita de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), Dárcy Vera (PSD), foi citada novamente nas investigações da operação Sevandija, que apura o que é, até aqui, considerado o maior escândalo de corrupção da história da cidade.

A operação, desencadeada pela PF (Polícia Federal) e pelo Gaeco, do Ministério Público paulista, apura fraudes em contratos de licitações da prefeitura que somam R$ 203 milhões.

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Ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), o ex-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão, Wagner Rodrigues, que foi candidato à Prefeitura de Ribeirão pelo PC do B, disse que a prefeita recebeu R$ 4 milhões em propina. A defesa de Dárcy nega "com veemência" a afirmação.

Antes, Dárcy já tinha sido flagrada em grampos que podem indicar que ela usou a distribuição de cargos no governo, numa triangulação feita com uma empresa, para comprar apoio político de vereadores na Câmara.

Os indícios são de que a suposta propina tinha como finalidade priorizar os pagamentos à advogada Maria Zuely Alves Librandi, deixando de pagar em dia coleta de lixo e repasses a hospitais filantrópicos e ao IPM (Instituto de Previdência dos Municipiários).

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A origem da suspeita está num acordo judicial que resultou no parcelamento de R$ 800 milhões a serem pagos a servidores da prefeitura devido a perdas decorrentes do Plano Collor. Já foram pagos mais de R$ 300 milhões, além de cerca de R$ 40 milhões em honorários.

Esses honorários é que são o alvo da investigação. Maria Zuely foi advogada do Sindicato dos Servidores na época da celebração do acordo e, em 2009, já com Dárcy na prefeitura, passou a exercer a função de assistente da Secretaria da Casa Civil. Os pagamentos mensais a ela começaram a ser feitos em janeiro de 2013 e, até junho deste ano, chegaram a R$ 37 milhões.

A suspeita de que Dárcy seja beneficiária de parte da propina paga à prefeitura já existe desde a deflagração da operação, no dia 1º de setembro.

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A operação afirmou já ter descoberto que a advogada supostamente pagava propina a Marco Antonio dos Santos, ex-secretário da Administração, que foi preso, e possivelmente a "mais alguém".

Agora, além dos R$ 4 milhões que Wagner atribui a Dárcy e dos R$ 2 milhões que seriam destinados ao ex-secretário Santos, o sindicato e um outro advogado, cujo nome não foi revelado, receberiam parte do montante de R$ 69 milhões, segundo membros da investigação.

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A Maria Zuely, caberia R$ 33 milhões. O acordo, conforme a delação, foi discutido em março de 2012 no edifício em que a advogada tem escritório, na região central de Ribeirão.

Wagner foi levado coercitivamente a depor em 6 de setembro. No dia, policiais federais foram à sede do sindicato em busca de atas de assembleias que supostamente autorizaram a celebração do acordo.

"Servidores disseram que sequer tomaram conhecimento da ata, que determinou o pagamento de honorários", disse o delegado Flavio Reis, da PF (Polícia Federal), no dia em que Wagner foi levado a prestar depoimento.

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Na eleição, ele foi o oitavo colocado, entre nove concorrentes, com 5.498 votos (2,18% dos votos válidos).

Dezesseis pessoas foram presas na operação. Todas já foram soltas, após decisões do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

OUTRO LADO

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A advogada Maria Cláudia Seixas, defensora de Dárcy, afirmou à reportagem que a prefeita nega "com veemência" ter recebido esse dinheiro.

Segundo ela, o procedimento da delação é sigiloso e sua homologação ainda é desconhecida. "É preciso respeitar os trâmites legais. O procedimento é sigiloso, ela está fazendo sua defesa, dentro do processo, em São Paulo [na Procuradoria]", afirmou a advogada.

Ainda conforme ela, a delação tem de ser acompanhada de provas. "Não temos ciência de prova alguma."

Já o advogado Julio Mossin, defensor de Rovani, disse ter conhecimento apenas de um pré-acordo de delação de Wagner. "Não sei se é delação. Até agora, só feito um pré-acordo e, mesmo assim, depende de homologação. Se não é homologada, não tem delação", afirmou.

Ele disse que não teve acesso ao teor do depoimento e que, por isso, não tem como se manifestar.

Daniel Rondi, advogado de Wagner, afirmou que não comentaria o assunto por estar "em segredo de Justiça".

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