MARINA DIAS
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Ex-tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff em 2014 e um dos investigados na Operação Lava Jato, Edinho Silva foi eleito prefeito de Araraquara (SP) e diz que o PT "precisa fazer autocrítica" para se reerguer da crise que dizimou o partido nas eleições municipais deste ano.
Com 41% dos votos, Edinho venceu sua ex-mulher, Edna Martins (PSDB), que teve 28%, e se tornou um dos 251 prefeitos petistas eleitos até o início da noite deste domingo (2). O número é menos da metade dos 630 nomes que a sigla elegeu para comandar municípios em 2012.
A redução drástica é reconhecida por Edinho, que afirma que agora é hora de o PT "reconhecer que errou" ao "reproduzir o mesmo modelo de financiamento" de campanha política adotado por outros partidos.
"É o momento de o PT, com muita tranquilidade, valorizar o seu legado, mas também se reconectar com a sociedade. É preciso um esforço. Em algum momento tem que fazer a autocrítica por ter reproduzido o mesmo modelo de financiamento político", disse Edinho.
O ex-tesoureiro de Dilma foi citado por mais de um delator na Lava Jato por ter "pressionado" empresários como Ricardo Pessoa, ex-presidente da construtora UTC, a fazer doações para a campanha à reeleição de Dilma. Ele nega as acusações.
Questionado sobre o motivo de o desgaste do PT e a imagem de corrupto não ter influenciado na sua eleição, Edinho, que foi prefeito de Araraquara de 2001 a 2008, diz que a população da cidade o conhece.
"As pessoas de Araraquara me conhecem e sabem que não sou nada disso, que governei de forma ética e nunca tive nenhum escândalo na minha gestão. Eu enfrentei o debate político", completou.
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