SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A campanha de Fernando Haddad (PT) entrou neste sábado (1º) com uma ação pedindo a impugnação da chapa do candidato João Doria (PSDB).
De acordo com o advogado da campanha petista, Fernando Neiffser, a ação argumenta que o candidato tucano incorreu em abuso de poder político e econômico para financiar sua campanha à Prefeitura de São Paulo.
A ação foi impetrada menos de 24 horas antes do início da votação, na 1° Vara do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo). As urnas serão abertas as 8h do domingo (2).
Além de Doria e seu vice, Bruno Covas, Neiffser afirma que também são alvos da acusação governadores de quatro Estados: Geraldo Alckmin (SP), Pedro Taques (MT), Beto Richa (PR) e Marconi Perillo (GO).
De acordo com o advogado, eles teriam contratado serviços das empresas do Grupo Doria, pertencentes ao candidato, de modo a permitir que mais recursos fossem aplicados na campanha.
"Doria tem patrimônio pessoal muito grande. Ele afirma que está fazendo investimento pessoal quando o bolso de suas empresas, na verdade, vem de candidatos que ajudaram a campanha", disse.
Questionado sobre o motivo de entrar com a acusação na véspera da eleição, Neiffser afirma que o documento encaminhado ao TRE só foi finalizado neste sábado (1º). "A gente se concentrou na guerrilha da propaganda, nas representações contra os adversários, defesas e recursos. Isso impediu que a gente tivesse o foco necessário para a finalizar [o documento antes]", disse.
Ele nega que a intenção seja interferir na votação deste domingo (2) e estima que o tribunal deve dar um primeiro parecer sobre o processo em cerca de duas semanas.
Em agosto, o vereador petista Paulo Fiorilo havia entrada com uma ação que também pedia a impugnação da candidatura do tucano, mas o pedido foi indeferido pelo TRE.
A Folha de S.Paulo revelou, no sábado (29), que o grupo de empresas de Doria recebeu R$ 10,6 milhões em recursos governamentais -R$ 6 milhões vieram do governo federal, nas gestões de Lula e Dilma (PT), e R$ 4,6 milhões do governo Alckmin.
OUTRO LADO
Contatada, a campanha de João Doria afirma que não foi notificada da ação. "Sendo verdadeiro o pedido, sobre o qual só vamos nos manifestar depois de notificados, é a manifestação de uma campanha perdedora interessada apenas em tumultuar o processo eleitoral", afirmou a assessoria do candidato.
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