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Homônimos de Dilma disputam eleições e ouvem piadas durante campanha

LUCAS VETTORAZZO RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Dilma tentará se eleger neste ano. Naturalmente, não a Dilma Rousseff, presidente que sofreu impeachment mês passado. Ela até poderia, se quisesse, tentar a uma vaga de vereador, já que quando sofreu o i

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 01.10.2016, 15:23:12 Editado em 02.10.2016, 07:18:31
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LUCAS VETTORAZZO

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Dilma tentará se eleger neste ano. Naturalmente, não a Dilma Rousseff, presidente que sofreu impeachment mês passado.

Ela até poderia, se quisesse, tentar a uma vaga de vereador, já que quando sofreu o impeachment, em 31 de agosto, teve os direitos políticos preservados há dias dois do fim do prazo de inscrição para as eleições proporcionais.

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Na ausência da Dilma mais conhecida do país nas urnas, caberá a pelo menos 45 candidatas com o mesmo nome da ex-presidente tentar um cargo nas disputas do próximo domingo (2). A conta considera apenas o nome de urna -aquele que acompanha a foto do candidato.

Considerado candidatas com nome de batismo Dilma, mas que não necessariamente usarão o nome nas urnas, o número chega a 105 pessoas, segundo dados do Repositório de Dados Eleitorais, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Os homônimos nas urnas não são exclusivos do PT. Há candidatas no aliado PCdoB, mas também nos rivais PMDB, PSDB, DEM e PSD. Além do nome, os postulantes têm em comum o hábito de ouvir piadas nas ruas.

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"Atrapalha um pouco na rua [ter o mesmo nome da ex-presidente]. No corpo a corpo o povo diz: 'Tinha que ser Dilma' ou 'sai uma Dilma e entra outra'. A maioria não gosta, mas não tenho vergonha do nome nem da história da presidente. O que fizeram com ela foi uma injustiça, além de machismo", diz a candidata a vereadora Dilma do Brasil, 65, do PC do B de Campinas (SP).

Funcionária da Unicamp, ela tentará pela segunda vez a uma cadeira no parlamento municipal. Dilma milita nas causas da mulher, dos negros e minorias.

Da primeira vez que concorreu, em 2012, queria sair com o nome de urna de Dilma do Forró, como é conhecida na cidade. Foi por orientação do partido que mudou para Dilma do Brasil.

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Agora, após o desgaste da ex-mandatária do país e seu consequente processo de impeachment, o partido a orientou, sem sucesso, que voltasse a usar o nome antigo.

Dilma do Brasil chegou a participar, em Brasília, de evento contra o impeachment em 2015 que teve a presença de sua xará mais famosa. Não tiveram, contudo, oportunidade de serem apresentadas.

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Ao que parece, candidatas chamadas Dilma têm alguma afinidade com a luta das mulheres. Dilma Cavalcante, 55, do PMDB de Belém (PA), tentará também pela segunda vez se eleger vereadora na capital paraense.

Sua vida política é apoiada em 15 anos de militância no PMDB Mulheres de Belém, algo que lhe trouxe sentimentos confusos em relação ao impeachment. Ao mesmo tempo em que era simpática à ex-presidente, seu partido atuou pela sua queda.

Ela chegou a ir na posse de Dilma, em 2014, início do segundo mandato. Como militante dos direitos da mulheres, conta que ficou triste quando viu a primeira mulher presidente do Brasil ter seu mandato encerrado antes do fim.

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"Apesar de eu ser do PMDB, o fato de ela ser mulher me deixa triste. Acho que poderiam esperar o mandato terminar", disse ela.

Sobre como "uma Dilma do PMDB" é tratada nas ruas, ela brinca. "'Mais uma Dilma?', costumam dizer". "Não me abalo".

De acordo com o IBGE, há no Brasil 40.632 Dilmas no país. O auge de nascimentos ocorreu na década de 1960, com 10.880 registros. Nos anos 2000, o nome perdeu popularidade, com o registro de apenas 422 nascimento.

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Na briga das urnas, o estado com mais Dilmas é Minas Gerais, governado atualmente pelo PT, que encerrou em 2014 hegemonia de três mandatos do rival PSDB. É em Minas, por exemplo, que a Dilma do Salão, do PSDB, tentará ser vereadora de Vespasiano, assim como Dilma Costureira, do PC do B de Almenara. A Dilma da Aviação, do PV, concorre à vice prefeitura de São Sebastião do Paraíso, ao lado do candidato Walkinho.

Em Porto Ferreira (SP), a Dilma da Avon, 61, tenta sair vencedora na campanha para a Câmara de Vereadores pelo PSD, partido do ex-ministro Gilberto Kassab, cujos parlamentares votaram pelo impeachment da ex-presidente.

Ao contrário das outras duas Dilmas ouvidas pela reportagem, a vendedora de cosméticos não tem qualquer simpatia pela ex-presidente.

Na primeira vez que Rousseff, se candidatou, Dilma da Avon foi de José Serra (PSDB). Na segunda, votou primeiro em Marina Silva (Rede) e depois Aécio Neves (PSDB) no segundo turno.

Não se arrepende. A candidata disse não saber dizer se a ex-presidente de fato cometeu crime de responsabilidade, mas defendeu a necessidade de seu afastamento.

"A vida do brasileiro piorou muito desde que ela entrou. Só aqui em Porto Ferreira houve aumento terrível do desemprego".

Dilma da Avon é duplamente conhecida na cidade: há seis anos vende produtos da marca de cosméticos, mas antes disso, de 1999 a 2006, trabalhou na funerária local. Ela conta que recebe o carinho dos eleitores, mas também ouve piadas.

"As pessoas costumam dizer na rua: 'tiraram você de lá e agora você quer voltar?'. Eu rio e respondo que eu sou a Dilma do bem, que vai lutar pelo povo", diz ela.

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