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'Delação de Delcídio tem muita poeira e pouca materialidade', critica Wagner

GUSTAVO URIBE E MARINA DIAS BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, saiu em defesa nesta quinta-feira (3) da presidente Dilma Rousseff e afirmou que na delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) não há muita consistência e

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 03.03.2016, 16:26:40 Editado em 27.04.2020, 19:52:30
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GUSTAVO URIBE E MARINA DIAS
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, saiu em defesa nesta quinta-feira (3) da presidente Dilma Rousseff e afirmou que na delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) não há muita consistência e tem "muita poeira e pouca materialidade".
Segundo ele, a presidente ficou "preocupada" e "indignada" com o vazamento do depoimento, no qual o senador afirma que a petista usou sua influência ao nomear o ministro Marcelo Navarro para o STJ (Superior Tribunal de Justiça) para evitar a punição de empreiteiros.
Para o petista, é "intolerável" e um "crime gravíssimo" a divulgação de uma delação premiada antes dela ser homologada pela Suprema Corte, uma vez que ela está sob segredo judicial.
"Eu não vi muita consistência lá não. Há muita poeira pouca materialidade", criticou. "Alguém viu alguma prova ali? Não. Eu só vi suposições, onde ele próprio é o delator e a testemunha. Na minha opinião, há pouca materialidade", acrescentou.
O ministro chamou ainda de "um absurdo completo" os meios de comunicação terem veiculado o conteúdo de uma delação premiada não homologada e afirmou que o dispositivo judicial perdeu seu valor e tem servido para se fazer um "linchamento público" no país.
Ele comparou a antecipação do conteúdo ao episódio da Escola Base, que consistiu na divulgação de denúncias de abuso sexual de crianças da Escola de Educação Infantil Base, na capital paulista, que ficou conhecido como um dos mais marcantes erros cometidos pela imprensa.
"Esse fato é intolerável em um Estado democrático de direito. É feito um linchamento público seja de quem for para, depois, alguém dizer que não valeu, até porque ela deveria estar protegida por sigilo. Eu entendo que a delação perdeu o seu valor de fato, do ponto de vista do processo judicial, e virou a execração pública, para depois algum provar algo diferente", disse.
Segundo ele, diante do vazamento, cabe ao Ministério Público Federal, à Procuradoria-Geral da República ou à Suprema Corte darem explicações sobre o ocorrido. Para o ministro, o episódio demonstra que o país está indo para o "vale tudo", no qual "qualquer um faz o que quer para atingir os seus objetivos".
"Agora, depois que você execra, quem paga o prejuízo da Escola Base? Quem paga aqui o prejuízo da execração? Isso não constrói democracia. Esse ambiente em que estamos vivendo destrói a democracia. Nós estamos indo para o tudo ou nada", disse.
Em delação premiada à força-tarefa da Operação Lava Jato, o senador revelou ainda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e de outras testemunhas.
Os detalhes do acordo foram veiculados pelo site da revista "Istoé", que publicou reportagem com trechos dos termos de delação. A informação de que Delcídio fechou acordo de delação premiada foi confirmada à reportagem por pessoas próximas às investigações da Lava Jato.
A ordem inicial no Palácio do Planalto é descredenciar Delcídio, repetir que ele falou mentiras "em outras ocasiões", e que, portanto, "não tem credibilidade" para dar informações. Nos bastidores, porém, o clima é de apreensão.

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