MÁRCIO FALCÃO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em meio à divulgação do conteúdo da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) implicando a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello afirmou nesta quinta-feira (3) que "nem mesmo os mais altos escalões da República estão imunes à investigação".
Integrante mais antigo do Supremo, Celso, no entanto, afirmou que as instituições estão fortalecidas para enfrentar as consequências de uma delação. "Eu desconheço a celebração do acordo, mas hipoteticamente falando, se houve as instituições são sólidas o suficiente para suportar qualquer tipo de repercussão ou consequência, uma vez que sabemos que na República são todos iguais perante a lei e a Constituição", afirmou.
"Ninguém, absolutamente ninguém, nem mesmo os mais altos escalões da República estão imunes à investigação penal e processo criminal, se, eventualmente, tiverem cometido algum crime, alguma infração penal", completou.
Celso destacou que a lei estabelece que delação não pode servir como prova para justificar a condenação de nenhuma pessoa. O ministro Marco Aurélio Mello afirmou que a delação traz uma preocupação "quanto à paz social".
"Não podemos de início incendiar o Brasil. É hora de atuar com serenidade e temperança. Vamos esperar para que as instituições funcionem e quem cometeu desvio de conduta que pague por isso. Teremos depoimentos, dados fáticos, e, portanto, a prova documental. A delação não serve à condenação de quem quer que seja. Será que temos senador bandido?", questionou.
Escrito por Da Redação
Publicado em 03.03.2016, 15:35:34 Editado em 27.04.2020, 19:52:30
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