FLÁVIA FOREQUE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Tenho saudade. Foram momentos muito intensos e felizes na minha vida, declarou o ex-ministro Cid Gomes na quarta-feira (24), em solenidade que inaugurou sua foto na galeria de ex-titulares da Educação.
O evento acontece pouco menos de um ano após a conturbada saída do político de uma das principais pastas da Esplanada, motivada por declaração de que a Câmara dos Deputados é formada por ampla maioria de achacadores.
Desde então, ele afirma, a situação só tem piorado. Nunca quis fazer proselitismo do que declarei, mas infelizmente para o Brasil é uma verdade, cada vez mais visível. E no fundo as pessoas sabem disso.
Se sobram críticas ao Legislativo, no Executivo a avaliação é diferente. Até que me provem o contrário, muito bem provado, a [presidente] Dilma é uma pessoa séria, íntegra, de espírito público e boa vontade, afirma. Gomes, entretanto, faz ressalvas em relação ao ex-presidente Lula.
Acho que na política o Lula tem um limite de conivência, de complacência, que é muito maior do que o da Dilma. (...) Acho que a história haverá de destinar ao Lula o lugar que lhe é merecido: nem o Deus do momento pós-eleição Dilma, nem o diabo agora, avalia.
O ex-ministro elogia a gestão do petista e afirma que Lula foi o maior presidente da República nos últimos 30 anos. Mas pondera: A política brasileira o obrigou a fazer uma série de concessões.
MAL E PORCAMENTE
Cid Gomes voltou a fazer críticas ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que articulou para a convocação do então ministro para uma sessão na Casa. Para o ex-ministro, Cunha é um zumbi que, ao se manter no comando da Câmara, demonstra que o parlamento é o fundo do poço.
Ele está lá mal e porcamente exercendo a presidência, criticou. O ex-ministro diz não ter esperança de que a atual composição da Casa tire Cunha do cargo, sob o temor de que o mesmo aconteça com os demais. Gomes ainda criticou a atuação do chamado baixo clero, nomeação dada a congressistas de menor expressão.
Antigamente o tal baixo clero tinha vergonha. Agora são despudorados. Se você ouvir a conversa média dos parlamentares, são impublicáveis. No sentido de falta de espírito público, de egoísmo, de estar em primeiro lugar seu interesse particular.
Escrito por Da Redação
Publicado em 27.02.2016, 09:59:28 Editado em 27.04.2020, 19:52:39
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